Censura, perseguição e cultura do “cancelamento”: Por que continuamos a aceitar tudo isso?
10/07/2020 às 05:17 Ler na área do assinanteMeu pai era antes de tudo forte e ousado, nunca houve alguém que ousasse dizer como ele deveria viver a própria vida. “Se sou homem para arcar com meus deveres, o sou também para lutar por meus direitos”, frase típica de um nordestino que nunca se deixou abater por pior que fosse a tempestade.
Hoje, homens como meu saudoso pai são considerados uma praga a ser silenciada, criminalizada e exterminada. A tirania e opressão encontram passividade e covardia no fraco, porém no forte encontra resistência e luta. Se leis injustas como a PL 2630/2020, um ato de censura e violência estatal que visa, na verdade, criminalizar a opinião, e o ativismo judicial, que age como se fosse o poder legislativo e executivo, seguem ganhando força , acredite, é porque homens sem coragem estão se curvando diante desses atos.
Aplicar a lei não significa fazer justiça. Uma lei que vai contra a liberdade é uma lei pervertida, como diria Frédéric Bastiat no livro A lei : "A LEI PERVERTIDA! E com ela os poderes de polícia do estado também pervertidos! A lei, digo, não somente distanciada de sua própria finalidade, mas voltada para a consecução de um objetivo inteiramente oposto! A lei transformada em instrumento de qualquer tipo de ambição, ao invés de ser usada como freio para reprimi-la! A lei servindo à iniquidade, em vez de, como deveria ser sua função, puni-la!” ( grifo nosso)
Nossa liberdade não é um privilegio concedido pelo estado, e sim, um direito inalienável dado por Deus e usufruído pela humanidade ao longo de sua historia. Sem liberdade não há humanidade e isso é o que querem roubar de nós, nossa humanidade, para que nos tornemos meros marionetes e escravos das vontades de uma ideologia genocida, socialismo, e de oportunistas que antes da internet e suas redes sociais podiam manipular a grande mídia para tornar a pior mentira na mais pura verdade.
A grande mídia é uma máquina panfletária que legitima e endossa atos de violência , agressão , preconceito, ódio e selvageria quando convergem com a agenda politica totalitária do socialismo. Os antifas foram às ruas, muitos sem máscaras, depredaram , agrediram, mas foram considerados verdadeiros democratas e não houve ninguém da facção dos “FiqueEmCasa” que criticasse esta manifestação em tempos de pandemia. Ato antidemocrático são as tias e avós do zap nas ruas vestidas de verde e amarelo e crianças com os pais lutando contra uma ditadura atroz.
Na mente dos novos ditadores, uma crítica é igual a um ataque, e as chamadas instituições são os pilares da democracia. Cabe ao povo se calar, se prostrar e reverenciar seus algozes como deuses.
A liberdade, o respeito à propriedade privada, o direito a legitima defesa (posse / porte de armas e uso da força para impedir violência contra si , sua família e comunidade) , o direito de professar uma fé e de cultuar (inviolabilidade do local de culto), o direito de expressar livremente sua crença, ideologia, perspectiva politica, opinião sobre fatos e evidências cientificas sem medo de ser retaliado, reeducado, criminalizado e silenciado pelo estado são os elementos que mostram se o povo é respeitado e se o estado viola um desses é sinal de seu caráter ditatorial.
A cultura do cancelamento, uma das criações nefastas de socialistas, é algo que vem silenciando toda voz que discorda de qualquer ponto imposto, através de gritos e violência, pela esquerda. Autores como Monteiro Lobato são vistos como racistas, os irmãos Rebouças são apagados na historia, conservadores são considerados criminosos e tudo isso com as bênçãos de grupos que desejam ditar como um homem livre deve usar sua liberdade.
Até mesmo jornalistas, escritores e renomados cientistas, muitos deles socialistas, estão sendo alvos do “ministério da verdade, sofisticação e bom senso”. Por essa razão, a escritora J.K Rowling, o lingüista Noam Chomsky e mais de 150 profissionais das mais diversas áreas assinaram um manifesto intitulado: A letter on justice and open debate (Uma carta sobre justiça e debate aberto, tradução livre). A carta argumenta que há um crescente empobrecimento no debate público graças ao policiamento de qualquer idéia discordante ao que apregoam vários grupos e movimentos de esquerda. O roubo da liberdade leva ao fim da inteligência e do progresso.
O politicamente correto e a corrupção da linguagem, duas armas que estão marginalizando grandes intelectuais, ganham espaço graças à covardia de homens e mulheres que preferem ser escravos de um ditador a almas livres. Para toda lei injusta, para toda mídia que persegue conservadores, para todo representante do judiciário, legislativo e executivo que age como um deus narcisista devemos recordar que um homem de valor fica de joelhos diante de Deus e dirige seus punhos cerrados contra os homens. Nenhuma instituição é em si pilar da democracia tampouco criticas são atos antidemocráticos, repito.
Devem os conservadores, cristãos e antimarxistas, se tornar os reais protagonistas de sua história e senhores de suas vidas, lutando contra a tempestade e não se acovardando diante dela.
Carlos Alberto Chaves Pessoa Júnior
Professor. É formado em Letras pela UFPE.