Eram dois partidos apenas: VIDA e MORTE.
De um lado, um vírus manipulado.
Do outro, uma pílula inexpressiva.
A campanha virulenta era rica, tinha espaço na mídia, apoio de investidores, deputados, senadores e governadores.
CLOROQUINA era uma desconhecida que, ao perceber a morte se alastrando, resolveu sair do laboratório científico e foi a campo.
Para as TVs compradas, o partido do Virus era imbatível, a morte venceria fácil, fácil.
CLOROQUINA, sem recursos públicos, contou apenas com as redes sociais.
A esta altura, Vírus nem se preocupava mais em disfarçar a certeza de que seria eleito.
Mostrava 24 horas os seus números
e comemorava.
Com inúmeros torcedores, sabia que contava!
Balançava, em rede nacional a sua bandeira vermelha e gritava:
Eu já venci, para vocês, adeus!
A morte venceu!
Mas como já dizia minha avó, "não cante antes de botar o ovo”, houve uma virada nesse jogo.
CLOROQUINA foi ganhando alguns adeptos; poucos políticos e raros médicos.
Porém, diante de fatos, não se sustentam boatos.
CLOROQUINA foi apresentando incontestáveis resultados.
Contra tudo e contra todos, foi subindo nas pesquisas.
O PARTIDO DA VIDA foi ganhando expressão e visibilidade, essa era a verdade!
Tinha até garoto-propaganda, um PRESIDENTE!
A morte foi morrendo e o Vírus, perdendo eleitores.
Dizem que CLOROQUINA foi eleita no primeiro turno, mas vocês conhecem as URNAS no Brasil, são COVAS!
A pequenina foi eleita com mais de 57.000.000 de votos.
O PARTIDO DA VIDA ganhou o Sudeste, Nordeste, Norte e Sul.
CLOROQUINA tomou posse de verde, amarelo, branco e azul.
Nesse dia, o BRASIL conheceu a vitória!
Engraçado, parece que eu conheço essa história!
Bobagem, deve ser minha memória!
Nara Resende
Psicóloga clínica de adolescentes e adultos, escritora de Divã com poesia, Freud Inverso e organizadora do livro O jovem psicólogo e a clínica.