BH e seu prefeito - Espancando o sofrimento! (veja o vídeo)

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Não me conformo com a entrevista que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil concedeu dia 30, próximo passado. Entre tantas asneiras que falou, quero focar na questão do carnaval.

Se não bastasse chamar o cidadão da cidade de idiota (por não usar máscara), em outra oportunidade, agora ampliou o xingamento, alegando sermos estúpidos por acusá-lo de permitir o carnaval, mesmo sabendo que o coronavírus já estava circulando no mundo e, no Brasil, os riscos já eram iminentes.

Primeiro, gostaria de saber a quem o pangaré das alterosas pensa que engana com sua lógica e ciência pubiana? Quem ele pensa achar graça em suas frases de efeito, e com elas, como num jogo de dominó, imaginar que desmorona todas as formas de vida inteligente da cidade? Quem você pensa que é Sr. Alexandre Kalil?

Num aparte no assunto, e em tempo, o que adianta o prefeito coveiro arcar com a responsabilidade de abrir 1.900 covas na cidade, quando se contava o número de mortes nos dedos das mãos, e agora vir pedir desculpas? O que aconteceu com o rei das falácias e da grosseria, sobre a responsabilidade assumida publicamente, pelas mortes de uma mulher e uma criança nas enchentes ocorridas em novembro de 2018?

Você tira qualquer um do sério, Kalil! Voltando ao tema...

Para corroborar, público a entrevista do seu colega, ACM Neto, prefeito de Salvador. Se o ACM sabia, como o falastrão de BH não sabia (vai dormir, Sr Kalil)?

Pois bem, vamos à matemática do sabichão... Parece que o mundinho do intrépido e justiceiro guardador de vidas, limita-se às fronteiras da cidade. As contas numéricas e de temporalidade do mal humorado prefeito, são as mais básicas do mundo, mas muito parecidas com o famoso 2 e 2 são 5, que outrora cantava Caetano Veloso.

Alega o chefe municipal, quase uma Medeia de calças, que se o primeiro caso ocorreu dia 18/03 (enganou-se ele, foi anunciado dia 16), menos o eventual prazo protocolar de 15 dias para manifestação da doença, portanto, na cabecinha do incauto cientista do nada, a primeira contaminação ocorreu no início de março, após o fim do carnaval. Simplório o birrento, não???

Levando em consideração fatores, que talvez por serem alfanuméricos não sirvam na tabela de raciocínio do grande Pitágoras caipiresco, cito dois deles. Apenas para pontuar.

A população de Belo Horizonte no período carnavalesco, mais que dobrou (quase 5 milhões de pessoas). Milhares, senão, milhões de pessoas, iniciaram as festividades do carnaval antes da data oficial (22.02), e da mesma maneira, só acabaram dias depois do seu final de agenda (26.02), com os bailantes ainda suando, se abraçando e se beijando pelas ruas da cidade.

Se me permite o filhotinho de ditador, tenho pertinentes questionamentos ao dito cujo, que, aliás, pensa ser sua cadeira de prefeito, um poleiro, digno apenas do Galo (CAM), cujo clube presidiu, e parece pensar que a prefeitura é um CT de treinamentos, e os seus concidadãos são galináceos do seu galinheiro de quintal.

Sei que não saberá respondê-las, mesmo porque, ninguém tem as respostas, mas vou atrever-me. Afinal, para quem pensa e acha que salva vidas... Se ele soubesse, não ocuparia seu tempo matemático para falar tontices, mas sua arrogância, entremeada a arroubos quase coléricos, o permite tentar enganar as pessoas.

Quantas pessoas infectadas circularam no Brasil, especialmente, em Belo Horizonte, antes do carnaval?

Quantos membros da equipe médica podem ter se contaminado cuidando das 34 pessoas que entraram em quarentena no dia 09 de fevereiro, vindas de Wuham, na China?

Quantas pessoas contaminadas, porém, assintomáticas, que vieram do exterior, desde o início da enfermidade fora do Brasil?

Quantas pessoas contaminadas no Brasil, porém, assintomáticas, havia antes do carnaval?

Quantas pessoas infectadas, assintomáticas, participaram do carnaval em Belo Horizonte?

Belo Horizonte importou ou exportou infectados após o carnaval?

Para ajudá-lo, elaborei planilha com fatos e datas:

Caro, mancebo das trevas pandêmicas, renuncie à sua incompetência, perceba que sua ciência está em redoma falível, e que sua soberba, mal, mal, passa pela soleira da porta de sua casa, e mesmo assim, só para entrar, porque ao sair, se transforma em falta de educação e ignorância.

Quero deixar duas mensagens antes de encerrar.

Aos jornalistas, que interagem com o danado, que façam seu papel de contraponto nas entrevistas concedidas. Explorar ao máximo as palavras do entrevistado só enriquece o leitor ou assistente.

Aos médicos e cientistas da equipe de saúde do município, não estendo as críticas que faço, meramente por não conhecê-los, e principalmente, por ignorar o grau de autonomia existente com o chefe do poder municipal. Mas cabe uma sugestão. Ouçam outros colegas da ciência que podem oferecer, e estabelecer, uma nova relação de conduta nas tratativas para minorar o sofrimento das pessoas. Ah... E não se esqueçam que a Hidroxicloroquina existe.

Não pensem que o isolacionismo vai matar o vírus de fome!

Foto de Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira

Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
  http://livrariafactus.com.br

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