Exclusivo: Cardiologista italiano revela os métodos de combate à COVID-19 na Itália (veja o vídeo)
02/07/2020 às 09:35 Ler na área do assinanteA TV Jornal da Cidade Online entrevistou o cardiologista italiano Giampaolo Palma, responsável pelos estudos que confirmam que a COVID-19 não só é uma pneumonia intersticial [doença pulmonar crônica caracterizada por um declínio progressivo na função pulmonar], como também é uma trombose vascular que atinge todo o corpo humano – isso faz total diferença no tratamento da doença na Itália e no Brasil. Confira alguns destaques da entrevista:
Em busca da cura
“Éramos poucos cardiologistas, pneumologistas, virologistas, e ficamos impressionados com o que o vírus causou dentro do homem. Morreram também de ataques cardíacos, derrames e insuficiência renal aguda. O vírus atacou principalmente os vasos, por isso foi necessário encontrar a droga que bloqueia a engorda do vírus na célula e a replicação do vírus na célula, era necessário bloquear a inflamação, mas era fundamental proteger os vasos sanguíneos e bloquear a trombose para melhorar os prognósticos dos pacientes.”
Itália enfrentando o vírus chinês
“Hoje na Itália temos menos de 4 mil pacientes hospitalizados, incluindo 220 em terapia intensiva, e os demais internados por sintomas menos graves. No momento mais grave da pandemia, em 3 de abril, exatamente nos dias que anunciei em todo o mundo o mecanismo patogenético da doença, e o que o vírus faz dentro do corpo humano, os pacientes em terapia intensiva eram mais de 4 mil e os hospitalizados eram cerca de 29 mil.”
Grande mídia e o coronavírus
“Em maio, houve uma plataforma jornalística altamente politizada (Folha de S.Paulo), desconhecida para mim, que falou sobre mim, escreveu notícias inexatas sobre mim e minha pesquisa científica, sem me dar oportunidade de esclarecer tópicos científicos. Isso não é jornalismo correto e não ajuda as pessoas a entender bem a realidade.”
China ocultou informações?
“Parece que poucas autópsias foram realizadas em pacientes na China e talvez minimamente invasivas, não sei se por motivos religiosos. Na Itália recebemos poucas e fragmentadas informações da China. Tivemos que nos comprometer a entender o mecanismo patogenético com as primeiras autópsias realizadas na Itália. Os primeiros médicos do mundo a realizar autópsias em pacientes cobertos foram os médicos na Itália.”
A politização da saúde
“Eu acho que sou um bom cardiologista intervencionista há quase 25 anos, recebendo até 24 mil pacientes por ano em nossa clínica de cardiologia. Permitam-me dizer que salvei muitas vidas, ataques cardíacos, arritmias coronarianas. Eu gosto de fazer apenas a cardiologia e fazê-la bem. Eu acho que o médico deve aspirar a se tornar o melhor médico para tratar melhor os pacientes. E eu acho que o político deve ser o melhor político para cuidar dos problemas reais das pessoas. Muitas vezes, no entanto, a política toma posse dos remédios e não facilita os médicos em seu trabalho. E os políticos costumam usar um ‘jornalismo politizado’ ruim para manipular as notícias para seu próprio uso e consumo.”
Remédios que salvam vidas
“Atualmente não existe uma terapia milagrosa que cure a COVID-19 sozinha, é um vírus. Em vez disso, existem vários medicamentos que juntos podem dar excelentes resultados.”
Assista a entrevista completa:
da Redação