Amor, alegria e esperança: antidepressivos naturais
30/06/2020 às 05:10 Ler na área do assinanteA emoção é a luz que guia uma pessoa rumo ao seu ideal de ser humano tal como o farol ilumina o caminho no mar.
O amor leva o homem à construção de ideias e ideais grandiosos, o ódio prega a destruição dos mesmos.
A alegria gera a esperança de dias melhores, a tristeza, o oposto.
Ódio, tristeza e desespero rumam para a falência, solidão e morte; amor, alegria e esperança são geradores de vida abundante.
Homens fortes pensam grande, são destemidos, lutadores, trabalhadores e confiantes.
São esses sentimentos que elevam um indivíduo e, quando disseminados, transformam famílias, comunidades e nações inteiras.
Uma pessoa deprimida jamais terá força para lutar por si mesma, menos ainda por uma causa social.
Em tempos de incerteza é preciso vigilância consciente para que o psiquismo não seja invadido pelo desamparo, terror e pessimismo.
Sentir e viver as intempéries da vida sem desespero é um bem que pode ser desenvolvido dia a dia, dizem os estoicos quando ensinam o conceito de apatheia.
Que o otimismo não chegue ao ponto da alienação nem o pessimismo seja capaz de paralisar as ações.
Apesar das dificuldades, que os olhos possam enxergar meios para imaginar, sonhar e criar sobre os cacos, os destroços.
Certa vez, uma idosa ensinou que tudo se aproveita da laranja, até o bagaço.
Não é apenas fazer do limão uma limonada, mas poder sentir a acidez do limão e a doçura em cada situação cotidiana.
Afinal, toda vivência carrega diversos sabores.
A ampliação da visão estreita alarga o sentido das diversas experiências.
Enquanto a esperança for contida na caixa-mente de Pandora, o amor e a alegria estarão ali e ainda haverá a possibilidade de se conter os males da vida.
Nara Resende
Psicóloga clínica de adolescentes e adultos, escritora de Divã com poesia, Freud Inverso e organizadora do livro O jovem psicólogo e a clínica.