O discurso da deputada vendada, que teve a casa invadida pela PF, revela o embuste da polarização (veja o vídeo)

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As ações estapafúrdias e arbitrárias do STF na caça aos inimigos de sua democracia - uma democracia muito particular, diga-se - não se limitaram a invadir as casas ou escritórios de ativistas claramente pró Bolsonaro.

Passará desapercebido, talvez, o discurso lúcido pela união do povo em torno da nação da deputada Paula Belmonte, do Cidadania, na Câmara dos Deputados.

Paula teve sua casa invadida pela PF no dia 16 passado, a mando do famigerado e onipotente Alexandre de Moraes.

O pretexto: investigar possíveis financiadores de Bolsonaro, entre os quais estaria incluído o advogado Luiz Felipe Belmonte, marido de Paula e apontado pela imprensalha como operador político do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente quer formar.

Naturalmente, na visão embaçada e enviesada dos escribas de aluguel ser operador político de qualquer partido que não seja o que apoiam se converte automaticamente em crime hediondo.

Mas o que realmente importa é o discurso de Paula, que apesar de ser deputada pelo Cidadania, partido que tem em suas origens o vírus socialista, mostra força e independência.

O partido, aliás, tem uma posição controversa, afastado do petismo há tempos e muito mais próximo da direita e dos conservadores.

Paula fez seu discurso vendada - veja o vídeo - numa referência à principal condição do estado de direito: fazer justiça sem olhar a quem.

Todos, enfatizou a deputada, tem direitos iguais e é atribuição do STF respeitar os princípios da dignidade humana previstos na Constituição.

O que não inclui, evidentemente, mandar invadir casas e escritórios de cidadãos sem qualquer justificativa além da soberba e arrogância de um ministro qualquer.

Sara Winter, outra mulher vítima de Alexandre, o Grande, presa e solta por ele, será obrigada a usar tornozeleira como um bandido qualquer.

Sem saber porque.

Sem acusação formal.

Sem julgamento algum, e sem condenação alguma.

Paula pede, em seu discurso, que se respeite a ordem dos poderes, outra alusão ao STF que ameaça o país com um golpe judiciarista escancarado.

Quando fala acertadamente que é necessária a união do povo brasileiro em prol da reconstrução, do desenvolvimento, e afirmando que o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo precisa alimentar seu povo, a moça vendada acerta na mosca.

É preciso dar saúde e educação às crianças, a quem Paula dedica seu discurso especialmente, e pensar no futuro.

O discurso de Paula, que poderia até ser visto por alguns como ingênuo, desmonta em sua simplicidade um dos maiores embustes políticos enfiados goela abaixo do povaréu nestes tempos bicudos: o embuste da polarização.

Adaptado para o Brasil por picaretas como Fernando Henrique e lula da silva, e abraçado pela matilha em geral como estratégia, dividiu o país e colocou em lados opostos brancos e negros, ricos e pobres, classe média e miseráveis, heteros e homossexuais e tudo o mais que puderam inventar.

A narrativa de 'luta contra as zelite que andam de avião' rendeu a lula - lembram? - oito anos de esbórnia e saques inacreditáveis e descarados aos cofres públicos.

O discurso manjado e gasto de Machiavel, ‘dividir para conquistar’, ainda funciona inacreditavelmente - a todo vapor no Brasil.

Até quando os brasileiros estarão alienados do principal valor de qualquer povo, sua nação, não se sabe.

Ou até quando estarão inconscientes de que as brigas internas só tem um vencedor: o quadrilheiro que mexe os fios das marionetes.

E assim consegue continuar roubando, assaltando os cofres públicos, mantendo sua emissora de tv e principalmente, seus privilégios.

Nas entrelinhas do discurso da moça vendada, portanto, um recado claro e nada ingênuo:

Ou o povo brasileiro se une contra essa praga ou vai perder a guerra.

A mesma guerra que hoje a Argentina - caso idêntico ao brasileiro - está perdendo e a Venezuela já perdeu faz tempo.

Veja o vídeo:

Foto de Marco Angeli Full

Marco Angeli Full

https://www.marcoangeli.com.br

Artista plástico, publicitário e diretor de criação.

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