A tentativa do presidente da Bolívia Evo Morales de conseguir o referendo popular para efetuar uma nova reforma constitucional, que permitisse a sua quarta reeleição, foi rejeitada neste domingo (21).
Assim, o presidente Evo Morales não poderá se candidatar a um novo mandato presidencial em 2019 e se manter no poder até 2025.
A emissora ATB deu a vitória ao 'Não' por 52,3% dos votos, contra 51% registrados pela concorrente, Unitel. O voto no 'Sim' teria obtido 47,7% segundo a primeira e 49% de acordo com a segunda.
Se os resultados extraoficiais se confirmarem, esta seria a primeira e mais séria derrota eleitoral direta do presidente boliviano, há dez anos no poder, embora em 2015 seu partido já tenha perdido cargos-chave nas eleições municipais.
"A Bolívia disse não!", disse, eufórico, o governador de Santa Cruz (leste), Rubén Costas, líder de um setor da oposição, enquanto o ex-candidato presidencial Samuel Doria Medina, derrotado duas vezes por Morales, avaliou: "recuperamos a democracia e recuperamos o direito de escolher".
"Hoje foi sepultado o projeto de transformar o nosso país em um projeto de um único partido. Esta é a vitória do povo", disse Doria Medina.
A consulta popular, que a princípio parecia ser favorável para o governo - Morales esperava vencer com 70% dos votos -, complicou-se nas últimas semanas para o presidente, um dos últimos expoentes do Socalismo do Século XXI no poder, por acusações de corrupção.
Morales, de 56 anos, se viu envolvido no escândalo do suposto tráfico de influência em favor de sua ex-companheira, Gabriela Zapata, que aos 28 anos é uma alta executiva da empresa chinesa CAMC, com contratos com o Estado no valor de 576 milhões de dólares. A Controladoria e o Congresso investigam o tema.
O presidente negou qualquer crime de tráfico de influência a favor de Zapata, com quem teve um filho há dez anos, já falecido. Estes fatos eram desconhecidos na Bolívia.
da Redação
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