Numa cidade partida como é São Paulo, a visão ideológica petista deveria ser de cuidar preferencialmente da periferia e não da 'cidade'.
Essa foi, efetivamente, a visão da primeira vez que o PT chegou ao poder no Município de São Paulo, mas a sua ortodoxia não foi mantida nos Governos de Marta Teresa e de Fernando Haddad, até mesmo pelas suas histórias pessoais.
A visão urbana básica do néo-petismo é dar maior acesso, espaço e participação da pobreza dentro da cidade. Não prioriza diretamente os problemas da pobreza na periferia, lançando apenas uma esperança ilusória de que a cidade chegará à periferia. Isto é, que o emprego migrará para onde os trabalhadores moram. E com isso eles não precisarão se deslocar, gastando horas da sua vida, viajando de casa ao trabalho e vice-versa.
A visão sobre o déficit habitacional é dominada pela estatística, o que tem levado à construção de conjuntos habitacionais em locais distantes do emprego e desprovidos de infraestrutura e serviços urbanos.
Na disputa pelo espaço na cidade, o néo-petismo adota uma política conciliatória que podemos chamar de semi-higienista. Procura confinar a miséria em guetos, como a Cracolândia e abrir mais espaço para a classe-média baixa e para as novas gerações da elite que inaceitam a cidade como ela hoje é.
Em síntese, a visão néo-petista adotada e em efeitivação pelo prefeito Fernando Haddad é da modernização da cidade, segundo a visão das novas gerações da elite que tem o receio ambiental como prioridade. O que leva a uma cultura anti-carro, indo de encontro à cultura conservadora ainda de privilegiar o carro.
Jorge Hori
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Jorge Hori
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