Como a esquerda acabou com os programas infantis e impôs um ‘encontro’ pouco recomendável para as nossas crianças
10/06/2020 às 06:43 Ler na área do assinante"16 anos de PT e eu ainda estou esperando a revolução socialista."
Lembro de ter ouvido essa frase, de um esquerdista, satirizando minha argumentação sobre o risco para a liberdade que o PT representava.
Lembro também de responder que, se esperava uma revolução, ele não tinha entendido nada. Não estávamos na Rússia de 1917, nem na Cuba de 1959. O contexto geopolítico é outro. Em pleno século XXI, em uma das maiores economias do Planeta Terra, não existe a menor possibilidade de uma revolução armada, sem que o país seja atolado em sanções e retaliações internacionais.
Isso não significa, porém, que tomar o poder não seja mais o objetivo. Ainda é. Desta vez, aliás, após o fracasso retumbante de todas as tentativas de, pela força, criar "ditaduras do proletariado", têm um método muito mais eficaz: A conquista ideológica.
E a fórmula é assustadoramente simples. Quando movem as peças em nome da "justiça social" ou do "bem comum", NINGUÉM tem a coragem de confrontá-los. Muitos, aliás, mesmo que contrários ao que eles pregam, chegam a simpatizar e até apoiar determinadas pautas. O discurso é lindo.
A prática, porém, é MUITO DIFERENTE.
Quando, em 2001, começaram os primeiros ataques contra a publicidade infantil, apresentaram argumentos praticamente irrefutáveis: As propagandas incentivavam o consumo de produtos pouco saudáveis, aumentavam o índice de obesidade, estimulavam o consumismo nas crianças... Os pais, cansados dos pedidos das proles, acharam ótimo apoiar a ideia e deixar que o Estado "protegesse seus filhinhos" do capitalismo malvadão.
Em 2014, enfim, a resolução 163 do CONANDA passou a considerar ABUSIVA qualquer comunicação mercadológica voltada à criança ou ao adolescente.
Sendo assim, os programas infantis perderam seus patrocinadores.
Se a publicidade infantil é proibida, obviamente, não existem mais recursos para sustentar a programação voltada para este público.
Agora, a maior parte das crianças do país, que não possuem TV por assinatura, têm um encontro marcado, todos os dias, justamente na hora que os pais estão trabalhando e elas não estão na escola, onde ouvem sobre temas de "importância social", como drogas, aborto, sexo e masturbação.
Ainda bem que o Estado interferiu, né? Caso contrário, essas crianças ainda estariam vendo desenhos politicamente incorretos e propagandas das Maçãs Turma da Mônica. Uma imoralidade inaceitável!
"Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades. Não ataquem blindados, ataquem idéias." (GRAMSCI, Antonio)
Felipe Fiamenghi
O Brasil não é para amadores.