O caso Floyd e o ódio, a destruição e a radicalização, em prol de pautas e objetivos políticos
03/06/2020 às 07:38 Ler na área do assinanteGeorge Floyd morreu no hospital, após uma abordagem policial, nos Estados Unidos da América. Há uma "imagem forte" do policial com o joelho sobre o pescoço do detido, que teria tentado pagar uma compra com nota falsa de US$20 e reagido mal à polícia, como informou o Daily Mail.
A primeira autópsia, feita pelos especialistas do setor de medicina legal, não revelou a existência de trauma ou asfixia, porém, em autópsias posteriores, houve indícios de possível morte por asfixia. A primeira autópsia revelou doenças cardíacas pré-existentes e relatou 'morte por infarto' como causa do óbito.
Devido ao fato de Floyd ser negro, o movimento "Black Lives Matter" está organizando protestos por várias cidades de Minnessota, estado americano onde o caso ocorreu.
O policial foi acusado formalmente por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e assassinato em terceiro grau (quando se considera que o suposto responsável pela morte agiu imprudentemente ou irresponsavelmente). O nome do policial acusado é Derek Chauvin, que está na corporação há 19 anos e supostamente possui 18 reclamações contra si.
Segundo a dona de um bar local, o policial e Floyd teriam trabalhado como seguranças em seu estabelecimento, o primeiro por 17 anos. Chauvin era responsável pela segurança do lado de fora e Floyd da segurança de dentro do bar. Floyd também foi preso anteriormente por assalto a mão armada e saiu da cadeia em 2014, quando teria mudado da criminalidade para o trabalho no bar.
A família de Floyd afirma que acha insuficientes as acusações e quer que Chauvin responda por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) e assassinato em primeiro grau (quando se considera que o acusado sabia que sua atitude geraria a morte).
Esses são os dados conhecidos até o momento. Agora, expostos esses dados, analisaremos o cenário completo, sem paixões ideológicas, tampouco afetações emotivas.
Os protestos deveriam ser genuinamente ocasionados por uma indignação geral em um país que realmente a questão racial é delicada, tendo sido necessário ao então presidente Abraham Lincoln usar da abolição da escravatura como cortina de fumaça para justificar a Guerra de Secessão - travada com a intenção de dar ao Governo Central o direito a um exército permanente -; o mesmo Lincoln que executou planos que enviaram negros de volta à África, ao invés de os integrar que facto à sociedade americana, algo que só ocorreria em todos os estados após muita luta de pessoas sérias e comprometidas, como o Dr. Martin Luther King Jr.
Até há poucas décadas havia segregação em diversos Estados americanos e mesmo com o fim dessas restrições legais ainda há um abismo a ser superado nas relações entre negros e brancos nesses mesmos estados.
Lidamos acima com alguns dos factos da história americana, agora lidaremos com outros.
Primeiro, os estados que tentaram manter a escravidão e depois adotaram leis segregacionistas são historicamente de domínio Democrata. Também são historicamente ligadas ao Partido Democrata a organização supremacista Ku Klux Klan¹ e a organização Planned Parenthood, criada pela Democrata e supremacista Margaret Sanger para promover o aborto em localidades de predominância negra.
A própria Sanger admite sua intenção de exterminar os negros através de uma política de controle de natalidade que promova o aborto em larga escala entre os mesmos. Atualmente, a Planned Parenthood aceita clientes de todas as etnias, porém, mantém seu foco na população negra.
Agora, adivinhem qual é o Governo do Estado de Minnessota, no qual ocorreu o caso de Chauvin e Floyd? O governador é Tim Walz, do Partido Democrata. A cidade do ocorrido é Minneapolis, cujo prefeito é Jacob Frey, também do Partido Democrata.
George Floyd foi apelidado no bar no qual trabalhava de segurança de 'Big Floyd', devido a seu porte físico (ele tinha quase dois metros e era muito robusto). Isso explica a necessidade de imobilização, pois mesmo algemado, com movimentos mais bruscos poderia derrubar o policial. Inclusive, mais três policiais atuaram nessa abordagem, sendo dois negros, um deles muçulmano, como podemos verificar no vídeo completo e sem edições.
Este vídeo, que mostra haver não só um branco envolvido na contenção a Floyd, foi divulgado pela matriz da emissora CNN, nos EUA, que sofreu vandalismo e ataques de grupos "Antifascistas" (ANTIFAS), que fazem oposição violenta ao Governo do Presidente Donald Trump. A emissora CNN possui linha ideológica bem definida e entre suas pautas está a defesa de movimentos negros, como o Black Lives Matters.
No vídeo editado, divulgado pelo The New York Times, testemunhas do ocorrido reclamam de excesso do policial e Floyd diz várias vezes que está sendo asfixiado (como alguém nessa situação falaria e várias vezes) por estar com o joelho sobre o pescoço de Floyd. E, lembremos, há a autópsia, que não encontrou lesões ou traumas.
A família decidiu pagar por uma autópsia independente, afirmando não confiar na realizada pela polícia, e nesta, com os responsáveis sendo escolhidos e pagos pela família, e após toda a destruição e ameaças feitas pelos ANTIFAS, saiu o resultado como "morte por asfixia", apesar de não encontrarem qualquer trauma.
Essa autópsia paga pela família afirma que Floyd teve a circulação de sangue para o cérebro cortada pela pressão do joelho do policial sobre o seu pescoço e que o peso dos policiais dificultaram sua respiração, apesar de não haver indícios de estrangulamento. É uma "conclusão especulativa", que ocorre quando encontramos a causa da morte (neste caso, infarto), mas não se acha evidências físicas da causa anterior, ou seja, do que gerou o infarto (apesar do histórico de hipertensão e o peso obviamente excessivo do autopsiado), e através de especulação em cima de dados exteriores a autópsia, se conclui qual foi essa causa anterior. É algo confiável?
Se a polícia - e esta trabalha sob um governo democrata, cuja ideologia possui interesse na disseminação da acusação de racismo - seria capaz de fraudar uma autópsia para proteger um suposto assassino supremacista, por que não haveria também paixões ideológicas e/ou afetações emotivas no seio da família, que incentivassem os parentes a fraudar também, para obter vingança, nem medo nos responsáveis pela autópsia, que não possuem o aparato policial para garantir suas vidas e integridades físicas, para realizarem uma análise realmente independente e sem temor de retaliações criminosas?
Se não há evidências físicas comprovadas, os responsáveis concluíram especulando a partir das informações da família? Ou do vídeo da CNN? Ou do editado? Observação e conclusão a revelia do resultado da análise médica prática? A própria Associated Press, que divulgou esse resultado, informa que a linha de investigação da autópsia partiu dessa especulação, seria então independente?
Talvez não haja essas paixões só em relação a Chauvin; que é o alvo primeiro da ira familiar, mas contra todo branco, principalmente policial, devido a uma tensão surgida de ressentimento induzido e alimentado por "vozes" que tratam a atual realidade americana como uma continuação da segregação, ou até pior.
Há a afirmação de que Chauvin teria 18 reclamações (denúncias, na linguagem midiática) contra si, porém, ocorridas ao longo de 19 anos de sua atividade como policial. Não sabendo exatamente quais são as supostas denúncias, tampouco mensurar a gravidade das mesmas, apenas mencionar que existiriam serve apenas para alimentar ainda mais a tensão e a radicalização.
Os protestos possuem manifestantes pacíficos, algo reconhecido pelo Presidente Donald Trump. E há também os terroristas, que estão depredando patrimônio público e privado e ameaçando a imprensa. Houve depredação de uma redação da emissora CNN. Esses atos terroristas (como chamar ações programadas e executadas para causar destruição e intimidação?
Aqui, (emprego como um termo técnico) são organizados pelo movimento Black Lives Matters (Vidas Negras Importam), onde a maioria esmagadora dos participantes são brancos, muito provavelmente de classe média e que desconhecem quaisquer questões profundas sobre os reais problemas raciais na América.
Grandes intelectuais negros como Thomas Sowell e Walter Williams criticam e até denunciam as ações desse movimento. (Link 1 e Link 2).
Veículos de imprensa como o Chicago Tribune descreveram Floyd como mais um pobre trabalhador americano que perdeu o emprego devido a crise instalada pelo Covid-19 e etc. Coincidência, ou não, falam isso logo após informarem que o motivo de chamarem a polícia foi uma tentativa de Floyd de pagar uma compra com dinheiro falso, sendo sua detenção fruto de reação contra a polícia.
A imagem de um pobre coitado, um trabalhador em desespero pelo desemprego, sem dúvida, causa grande identificação e empatia em milhões de outros cidadãos americanos, que independente de sua etnia se imaginam no lugar de Floyd, enquanto sua etnia é explorada para sensibilizar outros tantos milhões que também pertencem a ela, aproveitando de todo um histórico de tensões raciais que a propaganda de movimentos como o Black Lives Matters e grupos Democratas, tão historicamente responsáveis pelas mesmas, alimenta no imaginário coletivo; inclusive exagerando e distorcendo os reais problemas raciais americanos, sequer comparáveis aos de algumas décadas atrás. Uma coisa é negar problemas, outra muito diferente é exagerar os existentes e inventar outros.
Um exercício prático. Existe violência policial? Ora, quem seria tolo de negar tal facto? Contudo, ignorando os índices da mesma, independente se há quantidade de policiais honestos e cumpridores de seus deveres que supere os 80% ou 90%. A partir do momento que existe a violência policial é evidente que atingirá todas as etnias, idades, sexos, classes econômicas etc., em maior ou menor grau, dependendo de outros fatores como locais de maior incidência, educação familiar, grau de instrução, situação de calamidade etc.
Bem, neste exercício, foquemos em encontrar um lugar onde haja maioria da população negra, ou grupos formados por criminosos de alta periculosidade, como traficantes, em comunidades de imigrantes países de predominância negra, como Haiti, Jamaica e República Dominicana. Havendo esses cenários, haverá maior índice de criminalidade entre negros, como ocorre com latinos-pardos e brancos, submetidos aos mesmos cenários.
Não é de chocar que isso gere maior número de abordagens e prisões contra esta ou aquela etnia, inclusive aumentando para ela, nessa região, o risco de sofrer violência policial também, por aumento da desconfiança somada a existência de um mínimo de policiais dispostos a cometer esse crime. Portanto, os problemas de nosso modelo estão postos.
Basta alguém começar a filmar e afirmar que a causa de tantas prisões, abordagens e da maior vulnerabilidade é a etnia a qual essas pessoas pertencem, ignorando e até escondendo os factores aos quais estão todas submetidas, e que um grupo compre tal narrativa, para criar tensões que façam do lugar uma panela de pressão em vias de explodir. Ao mesmo tempo, surgirão grupos que acabam agindo como a antítese radical desses primeiros, negando a existência mesma dos problemas e suas reais causas, ao invés de denunciar todo o estratagema.
Pronto, eis aqui um grupo para apontar e acusar de toda sorte de absurdos para elevar mais ainda as tensões e gerar reações que possam ser canalizadas politicamente para esta ou aquela pauta. Mesmo aqueles que se disporem a denunciar os erros e até mentiras e esquemas de ambos os grupos, serão vistos pela mesma lente usada aos primeiros a divergirem da narrativa oficial.
Pode ocorrer violência contra outrem motivada por racismo? Sim, evidente. Mas todas as mortes de pessoas que são desta ou daquela etnia, são assassinatos raciais? Todas motivadas por racismo? A canalização das tensões geradas para fazerem milhões de pessoas acreditarem que a resposta a essas perguntas é "sim", sustenta movimentos como o Black Lives Matters e aprofunda todos os problemas de uma sociedade.
O caso de George Floyd e Derek Chauvin é mais um cuja propaganda está ignorando todas as questões relevantes e promovendo o ódio, a divisão, a destruição e a radicalização, em prol de pautas e objetivos políticos. Não importa a verdade, mas aquilo em que esses propagandistas querem que seja verdade e ponto? Só importa se for verdade o que afirmam a partir de uma foto: um policial branco assassinando um pobre trabalhador americano negro e, pior, por um crime banal, motivado por racismo?
E a versão de Chauvin? E os dados e evidências? Não importam, desde que ele seja condenado (sendo culpado ou não)? E o perigo disso se virar contra eles, ou de repente ter sido mesmo um assassinato movido por racismo, mas o assassinato sair impune, devido a tantas dúvidas razoáveis que influenciam em julgamentos nos EUA? Também não importa, desde que colham bons frutos políticos?
¹Ku Klux Klan, El brazo armado del Partido Demócrata, Hernández, Aitor, Createspace Independent Publishing Platform, 2017, 680 páginas.
Roberto Lacerda Barricelli. Jornalista e historiador.
da Redação