Pessoas que se consideram acima e à margem da lei
Pelo promotor de justiça Cássio Conserino
17/02/2016 às 18:13 Ler na área do assinante“Pessoas que se consideram acima e à margem da lei”.
Essas foram algumas das palavras conferidas pelo promotor de justiça Cássio Conserino,
na mesma oportunidade em que fez contundentes afirmações e confrontações sobre o que ele chamou de indução ao erro que fez com que o CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público –, decidisse liminarmente a suspensão do inquérito do qual é presidente, que investiga, entre outros, a propriedade do tríplex no edifício Solaris em Guarujá, São Paulo. O objeto nessa fase era a oitiva de Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher Marisa Letícia.
A decisão, como já dito, é liminar em Reclamação Disciplinar dirigida ao Conselho Nacional do Ministério Público, apreciada e decidida pelo conselheiro Valter Araújo. (Veja aqui a íntegra da Reclamação)
O assunto não se esgota aqui. É o que deixa a entender o promotor Cássio Conserino em nota lida para a imprensa na manhã desta quarta-feira (17). O inquérito já conta vinte e seis volumes.
Triste quadra esta que vivemos. Somos obrigados a testemunhar e pagar alto preço por tal testemunho; de tantos desmandos e inverdades que grassam nosso cotidiano, obstruindo o caminho à frente, atrasando nossa chegada ao bom momento.
Retiram-nos não só as riquezas, mas também, e, principalmente, a esperança da proximidade de um futuro exuberante.
Que nacionais são esses que por desinteligência primitiva se estapeiam nas ruas em nome, dizem, da defesa de um homem que se apresentou líder no princípio e foi com o tempo revelando o seu maior vigor: assenhorear-se das consciências sofridas de ontem que se convolam, hoje, em soldados cegos desse falso profeta de vivalma imaculada autoproclamada? Respondo: homens tornados animais domésticos. De resto, pura mentira!, mas não admitem, pois assim lhes é mais conveniente, lhes concerne mais aos sentidos. É volúpia sem fim firmada na aspereza da mesquinhez, que de tão torpe e abjeto só o que faz é permitir aflorar conflitos embaraçosos entre semelhantes. Como Nietzschiano intermédio “o sentido do trágico cresce e decresce com a sensualidade”. Deve ser isso! De sensualidade abusivamente entorpecente a ponto de curvarem-se ao vil prestando honras como se se estivessem ajoelhados ao pé de algum altar venerando santo ou divindade. O que vejo é Fausto de Goethe.
E enquanto se digladiam no campo das torpezas e futilidades os governantes e políticos desta Nação buscam melhor acomodação de modo a lhes permitir ocultarem-se dos fatos reais; um país estagnado e um povo sem perspectivas.
Não se brinca com uma consciência, tampouco, quando é expressão coletiva. Apesar de sempre haver de existir no mínimo dois lados, não se pode perder de vista a virtude dos argumentos e a vigilância civilizada do equilíbrio da balança social.
Esta vivalma que espera inscrever seu nome na história talvez alcance seu intento muito mais pela vileza do que pela veleidade. A imperfeição não sinonimiza com desonestidade; o contrário: é fato afirmar sem medo do erro.
Destas burras que transbordam ouro, verte também sangue inocente e ingênuo.
JM Almeida
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JM Almeida
João Maurino de Almeida Filho. Bacharel em Ciências Econômicas e Ciências Jurídicas.