Hoje, analisando a situação como um todo, da saída de Moro à publicação do vídeo, algumas compreensões começam a se firmar, desconfianças doidas começam a fazer sentido.
Quando, durante o Roda Viva, Moro fazia caras e bocas se contorcendo a cada menção ao PR o instinto nos dizia: "esse cara é traíra, falso". Mas, por pura histeria, nos recusamos a admitir que o instinto dizia.
Hoje sabemos que o instinto estava certo, que nosso "herói" era só um isentoíra - o isentão de hoje é o traíra de amanhã.
Depois que Moro saiu, no mesmo dia, falou apressadamente a um repórter.
Alí vimos um "cabrinha" nervoso, fiapo de voz, parecia jogador de várzea estreando na segunda divisão, nervoso ao ser entrevistado.
Ao assistir aquilo nosso instinto avisou: "esse É o verdadeiro Moro, só um cabrinha".
Dessa vez, já escolados, damos mais atenção ao instinto e fomos buscar na memória outras falas do "herói".
Compreendemos então que as falas de Moro, entre pausas, caras e bocas, ou eram frases vazias terminadas com "combate à corrupção e a segurança pública", ou o nosso "herói" visivelmente baixava a cabeça e lia o texto. Esse era o Moro.
Aí nos veio à mente a imagem do boneco de ventríloquo, que abre e fecha a boca mas não sabe o que diz.
Mas, e as sentenças e despachos? Mais fácil ainda, era só assinar o que se lhe apresentava.
Agora imaginemos por um momento que nosso "herói" seja só aquele cabrinha que fala pelos outros. Um boneco cujo dono é ventríloquo.
Imaginemos também que nosso boneco-herói saiu nervoso de uma reunião secreta e contou para o ventríloquo que na reunião Bolsonaro cometeu e/ou confessou algum crime.
Ora, o ventríloquo dono do boneco, na ansiedade, ACREDITOU NA PRÓPRIA MENTIRA, acreditou que o boneco tem conhecimento e discernimento suficientes para analisar juridicamente a reunião.
Aí, em festa, começam todos a descer a ladeira, monta-se a encenação cujo anticlímax seria a exibição do vídeo e o clímax, o impeachment.
Tudo muito bem ensaiado, participam do esforço coletivo ministros, procuradores, a mídia, mas cometem outro erro: o ministro que analisou o vídeo é pote do mesmo barro que nosso "herói", ou seja, outro embuste.
Fica a lição para a elite da esquerda: não acredite nas próprias mentiras, deixe isso para os militantes zumbis e para a imprensa domesticada.
Aviso: este é um texto de ficção e qualquer semelhança com personagens reais será mera coincidência.
Pedro Jales