Delação aponta Witzel como ‘chefe supremo’ de escândalo de corrupção, diz revista
22/05/2020 às 16:24 Ler na área do assinanteNesta sexta-feira, 22, a Revista Veja dá conta de que a delação do empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, apontaria o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, como chefe de um esquema de corrupção no estado.
Segundo a Veja, em março passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu uma proposta de acordo de delação que contém informações que empurram Witzel para o centro de um novo escândalo. O governador é apontado como o “chefe supremo” de um esquema montado para extorquir empresas prestadoras de serviço.
“O enredo da história segue a cartilha clássica dos manuais de corrupção: o governo alega que não tem dinheiro suficiente para quitar as dívidas com os credores, atrasa os pagamentos, acena depois com a possibilidade de uma negociação e, por fim, surge alguém com a solução mágica — quem concorda em pagar propina ganha a preferência na fila do caixa. O autor dessas revelações é o empresário carioca Arthur Soares, conhecido como 'Rei Arthur'. Em menos de um ano, segundo ele, o esquema teria arrecadado cerca de 30 milhões de reais com a cobrança de 20% a 30% do valor de cada fatura paga”, diz a matéria.
A Revista Veja ainda afirma que teve acesso ao documento, onde o empresário descreve o funcionamento do esquema de corrupção montado pelo governador. Segundo ele, Witzel opera tudo por meio de dois personagens — o pastor Everaldo Pereira, presidente do PSC, o partido do governador, e o secretário estadual da Casa Civil e Governança, o ex-deputado federal André Moura, que é citado na narrativa como o responsável por intermediar as negociações para o recebimento da propina.
“Arthur Soares conta que teve certeza sobre a existência, a dimensão e os personagens envolvidos depois que foi alvo de um achaque. Ele diz que tinha cerca de 100 milhões de reais a receber do governo. Em julho, seu irmão, Luiz Soares, foi avisado de que a dívida seria integralmente quitada desde que ele concordasse em pagar 20% do valor. O empresário não aceitou, e o contrato de sua empresa com o governo foi suspenso”, diz a Veja.
Witzel negou as acusações.
Fonte: Revista Veja