Em 25 de abril, o jornalista Patrik Camporez, do jornal O Estado de S.Paulo, escreveu um artigo intitulado “Nas últimas 24 horas no governo, Moro ouviu de 'bombeiros' a 'incendiários'”.
O artigo tinha o objetivo claro de isentar Moro e Valeixo dos acontecimentos e mostrá-los um como vítima e o outro como salvador da pátria conspurcada por Bolsonaro. Ao analisar o artigo, mostrei que Valeixo inocentava o Presidente, pois havia pedido demissão. Não deu outra. Valeixo confirmou tudo. Agora, volto ao mesmo artigo e mostro que a segunda parte é mais importante. Lá está escrito:
“Trancado ali ao longo da tarde, Moro recebia ligações de autoridades dos três Poderes da República, boa parte delas com “sugestões” e “conselhos” para que deixasse o governo – “um barco que estava afundando, mergulhado em investigações”, como descreveu um dos interlocutores.
E continua o texto:
“O celular de Moro recebeu ligações dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O ex-juiz da Lava Jato ainda conversou com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e colegas do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro. Entre um telefonema e outro, Moro conversou ainda com amigos e a mulher, Rosângela, que há tempos vinha sugerindo a ele deixar o governo, conforme relataram pessoas próximas do ministro.”
NINGUÉM, ATÉ AGORA, DESMENTIU UMA LINHA DAQUILO QUE O JORNAL PUBLICOU!
Moro aconselhou-se ao longo da tarde com essas autoridades.
O que conversaram?
Moro pedia conselhos e era aconselhado para sair do governo, pois o governo estava naufragando e estava engolfado em inquéritos.
Se telefonou para autoridades do poder Executivo, então falou com os Ministros de Bolsonaro, recebeu conselhos, informações e como devia atuar. Logo estavam de acordo, ou não, com o que ele ia fazer: denúncias para afastar o Presidente.
Quem são esses Ministros?
Se telefonou para autoridades do poder Legislativo, deve ter falado além do Presidente, com Senadores e Deputados que lhes deram os mesmos conselhos, ou não: apoio para que com suas denúncias o Presidente fosse afastado.
Quem sãos esses parlamentares?
Se telefonou para autoridades do Judiciário, certamente falou com o Presidente do Supremo, deve ter falado com outros Ministros, desembargadores, juízes, procuradores. Todos lhes deram os mesmos conselhos, ou não.
Quem são essas Autoridades Judiciárias?
Neste ponto aparece o calcanhar de Aquiles da conspirata.
Celso de Melo NÃO PERMITIU a perícia completa no celular de Moro:
“Em seus argumentos CONTRA o exame do celular de Moro após o aparelho ter sido devolvido ao ex-ministro, Celso de Mello citou a possibilidade de uma "indiscriminada (e indevida) devassa do conteúdo de tal aparelho, com obtenção e divulgação de elementos informativos que não tenham pertinência nem se revelem necessários ou úteis às finalidades deste procedimento investigatório". (Nathan Lopes/Do UOL, em São Paulo/06/05/2020 08h53)
Celso de Mello também telefonou a Moro no dia 24 de abril?
Celso de Mello preside o inquérito.
De que tem medo Celso de Mello ao impedir a perícia?
E se o celular de Moro for periciado e nele contiver telefonemas de Celso de Mello a Moro?
Os advogados do Presidente precisam com urgência pedir a transcrição dos diálogos do dia 23,24 e 25 de abril, contidos no celular de Moro.
Ali estão todas as verdades, todos os passos da teia que se armou contra Bolsonaro: quem são, o que falaram, quem o aconselhou, o que ofereceram a ele...
Advogados, Abin, Policia Federal, a população, todos precisam apertar o garrote no pescoço de Moro e exigir que ele apresente o celular com os diálogos.
O celular de Moro é a chave da trama macabra.
Carlos Sampaio. Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)