Procurador da Lava Jato diz nos Estados Unidos que "não para mais de puxar o fio" da corrupção

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Antonio Carlos Welter, procurador da força-tarefa da Lava Jato, afirmou na noite de terça-feira (9) em Nova York, em um evento em que participou como convidado, que a operação 'não para mais de puxar o fio' da corrupção. Ao todo, a operação iniciada há cerca de dois anos já teve 22 fases.

'O caso da Petrobras começou de uma forma bastante pequena. Havia uma investigação envolvendo cinco doleiros', disse Welter, logo no início do evento, para uma sala lotada na sede da organização Americas Society/Council of the Americas, em Manhattan. 'O fio era pequeno e quando veio, não se para mais de puxar esse fio', completou.

A partir desses cinco doleiros, foi se chegando a diretores da Petrobras, políticos e empreiteiros. 'Conseguiu se demonstrar que havia uma organização criminosa', disse o procurador, ressaltando que ela era composta por quatro grupos: grandes empreiteiras, funcionários da Petrobras, políticos (parlamentares e membros do governo) e doleiros.

'Por trás disso tudo estava a Petrobras sendo sangrada, a população brasileira sendo sangrada e também os investidores que compraram ações da Petrobras', afirmou. 

Questionado por um dos participantes do evento se a Lava Jato estaria prejudicando o desempenho da Petrobras, Welter disse que seria muito pior deixar uma empresa 'endemicamente envolvida em corrupção'. 'Todo empresário sério tem mais interesse em trabalhar com uma empresa em que o contrato vai ser firmado de forma leal, legítima, sem a cobrança de nenhuma vantagem indevida', disse ele. 'Vejo nosso trabalho não como algo ruim para a Petrobras, mas como algo bom. Muito pior seria deixar a empresa ou alguma outra estatal ou agentes públicos a continuar a cobrar propina'.

da Redação

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