No feriado, Sistema da Justiça Federal mostra novo inquérito exclusivo para sítio em Atibaia

09/02/2016 às 22:56 Ler na área do assinante

Conforme noticiado pelo Jornal da Cidade, toda a equipe da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, cujo titular é o juiz Sergio Moro, passou este período de carnaval trabalhando, sob a alegação de excesso de serviço. 

Eis que no final do dia deste feriado de carnaval, uma mudança significativa foi notada no Sistema da Justiça Federal do Paraná: O juiz Sérgio Moro autorizou a Polícia Federal a abrir um inquérito exclusivo para investigar as reformas do sítio de Atibaia.

As obras do sítio de Atibaia, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva frequentava assiduamente e para onde teria levado parte de sua mudança, inclusive sua famosa e valiosa adega, foram realizadas por um consórcio informal de empresas que prestavam serviços ou tinham vínculo com o governo federal ou com benesses conseguidas nas gestões petistas.

A PF já investigava as reformas em um inquérito ligado à empreiteira OAS, mas os agentes pediram ao juiz que autorizasse uma nova investigação, exclusiva, uma vez que provas envolvendo outras empresas e pessoas físicas passaram a ser analisadas. 

O documento autorizando a abertura do novo inquérito é sigiloso e foi assinado por Moro no dia 4 de fevereiro, mas entrou no sistema da Justiça Federal do Paraná apenas nesta terça-feira (9). O novo inquérito também deve tramitar sob sigilo.

“Este Juízo não tem óbices à efetivação do desmembramento requerido pela PF”, afirmou Sérgio Moro ao autorizar a nova investigação.

Depoimentos dados ao Ministério Público de São Paulo, que também investiga o caso, apontam que o pecuarista José Carlos Marques Bumlai e as construtoras OAS e Odebrecht pagaram pela reforma e pelos móveis do sítio em Atibaia.

Marcelo Odebrecht , o bilionário presidente da Odebrecht, está preso. Bumlai, o amigo de Lula, está preso. Leo Pinheiro, da OAS, está em liberdade, mas já tem uma condenação de 16 anos.

Os procuradores do MP de São Paulo suspeitam que o ex-presidente Lula seja o dono do sítio. 

No papel, os donos são Jonas Suassuna e Fernando Bittar, sócios de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente. A escritura aponta que eles compraram o sítio de mais de 150 mil metros quadrados por R$ 1,5 milhão. A negociação foi formalizada justamente no escritório do advogado Roberto Teixeira, localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo. Teixeira é grande amigo da família Lula da Silva, homem de confiança do ex-presidente, compadre e parceiro de primeira hora.

Durante nove anos, antes de ser presidente, Lula morou de graça numa casa de propriedade de Roberto Teixeira.

Fabio Luis, o Lulinha, também foi agraciado com um belo apartamento para morar de graça. O benfeitor, o mesmo Roberto Teixeira.

Luís Cláudio, outro filho de Lula, vive num apartamento que também pertence ao advogado.

da Redação

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