A História do PT no Mato Grosso do Sul e a trajetória sinuosa do deputado Vander Loubet
09/02/2016 às 12:48 Ler na área do assinanteO PT foi fundado no MS, no início da década de 80, por Antonio Carlos de Oliveira, então deputado federal, eleito pelo extinto MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que trocou uma reeleição garantida por uma frustrada candidatura ao governo do estado, que culminou com o encerramento precoce de sua até então promissora carreira política.
Antonio Carlos representava o sonho de um partido realmente dos trabalhadores, ético, progressista, com o firme propósito de combater a corrupção e que tinha a nível nacional, como seu maior expoente, o metalúrgico Lula.
Com a derrota avassaladora, Antonio Carlos, decepcionado, abandonou MS e, em Brasília, passou a ser assessor de sua esposa, Beth Mendes, na época atriz famosa da Rede Globo, eleita deputada federal por São Paulo.
Com a saída de Antonio Carlos de Oliveira, o PT no Mato Grosso do Sul foi a zero e nas eleições seguintes, praticamente sem quadros, as performances eleitorais foram pífias.
Então, chegamos a 1988, quando, por muito pouco, o PT não conseguiu eleger o seu primeiro vereador em Campo Grande, o bancário José Orcírio Miranda dos Santos, mais tarde o Zeca do PT.
Em 1990, já como Zeca do PT, José Orcírio elegeu-se deputado estadual. Nascia efetivamente o PT em Mato Grosso do Sul.
No gabinete de Zeca, destacava-se como seu principal assessor, o sobrinho, Vander Luiz dos Santos Loubet, seu fidelíssimo escudeiro, parceiro de primeira hora.
A reeleição de Zeca, em 1994, foi moleza, não obstante os parcos recursos.
Dois anos mais tarde, em 1996, Zeca foi literalmente 'garfado' nas urnas. Seria eleito prefeito de Campo Grande. Perdeu na 'mão grande', por uma diferença de apenas 411 votos, para o italiano André Puccinelli.
Passados mais dois anos, em 1998, Zeca na condição de 'zebra', amparado na aguerrida militância petista, tornou-se governador do estado.
Vander, o sobrinho querido, foi nomeado chefe da casa civil. Do nada, virou homem poderoso e transformou-se num 'grande articulador'.
Zeca foi reeleito e Vander, com estupenda votação, foi eleito deputado federal.
Todavia, quem viveu viu, a campanha de 2002 ganhou um outro colorido, foi milionária. O sobrinho do governador, até então um quase desconhecido, teve votos em todo o Estado, a peso de ouro.
Nas eleições seguintes, Vander, a grande revelação, reelegeu-se com facilidade, mas sempre com campanhas caras e com grande ostentação.
Vander já era um homem rico.
Hoje, quem é do MS e analisa com isenção, não se surpreende com o seu envolvimento no Petrolão.
Vander, casado, pai de dois filhos, não pode mais sair às ruas com tranquilidade. Se vir a perder o mandato, fatalmente será preso.
Será que valeu a pena?
Lívia Martins
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