Precisei de pelo menos 24 horas para digerir os fatos relativos aos pronunciamentos do dia 24 de abril.
Primeiro, assisti estupefata, às 11 horas da manhã, o pronunciamento ao vivo do Ministro da Justiça e Segurança Pública, o Senhor Doutor Sergio Moro.
Observei que ele adentrou ao espaço em que daria a coletiva, com passos firmes, por isso, por alguns instantes, pensei que o meu temor de que ele fosse pedir demissão, fosse só uma nuvem escura, daquela que ameaça chuva e vai embora.
Mas, quando passou a fazer uma retrospectiva de seus importantes feitos pelo Brasil, percebi que pediria demissão.
Como? Os assessores dele garantiram que ele não sairia? Prosseguiu a fala e a nuvem voltou com relâmpagos e trovoadas, e aí gente, tive um misto de sensações: de medo, de dúvida, de tristeza e, de vergonha.
Procurei aceitar as minhas emoções, mas, a vergonha foi o sentimento de maior magnitude.
Hora do almoço. Quem tem estomago?
Recorri aos jornais e mídias para tentar entender.
As manchetes eram catastróficas, como sempre.
Só me acalmei quando li um Twitter do presidente, dizendo que faria o pronunciamento às 17 horas.
Quando finalmente chegou o momento, demorei um pouco para assimilar a fala do Presidente, que tentava fazer uma retrospectiva, parecida com a que se faz quando morre alguém. E observei que ele estava de pé atrás de um púlpito e o pelotão de ministros posicionados atrás e ao lado do Presidente.
Lembrei-me de que a coletiva do ministro ocorreu em uma espécie de auditório e ele falou sentado e leu o tempo todo.
Agora, tendo ouvidos os dois lados, e observado a linguagem não verbal de ambos, pude fazer as minhas considerações:
Decifrei o meu sentimento de vergonha, o ministro escolheu o pior momento e a forma desumana de anunciar a sua demissão.
Imagine você que é casada(a) e seu esposo(a), após um desentendimento, escolhe dar uma coletiva, ao vivo, em rede mundial de Televisão, para pedir o divórcio e ainda revela as conversas intimas do casal? Você entenderia? Foi traição? Foi isso que o ministro fez.
Esse gesto demonstrou para mim, com clareza, o verdadeiro caráter do homem Sergio.
E mesmo que as acusações a que fez ao presidente procedam, ainda assim, não justifica, até porque ele, no mínimo, teria sido cumplice e incompetente para usar os meios legais que estavam em suas mãos.
Na sua fala, havia raiva, ressentimento, arrogância, ingratidão.
Já na fala do presidente, identifiquei surpresa, tristeza, decepção. Afinal, foi traído.
Um ato sem dúvida pensado e preparado com revisão, para não errar a facada, que agora, seria para matar. Matar politicamente.
Moro sabe do plano para destitui-lo do poder, dos pedidos de impeachment, da luta solitária, das distorções de suas falas, de total falta de apoio da oposição, que nunca fez o papel legal.
O Presidente pode pedir o que quiser, é dever do ministro negar, em caso de ilegalidade, e informar o caminho legal.
Ao invés de aconselha-lo, o que faz? O entrega de bandeja para a esquerda acabar de escalpelá-lo vivo.
É imoral e desumano assistir a extrema esquerda se deliciando com o quebra pau dentro do governo.
A verdade é que Sergio Moro nunca quis associar a sua bela imagem, seu belo currículo de Doutor, a um homem simplório e grosseiro, fato ilustrado pelas imagens, que mostram o então deputado Jair Bolsonaro, que, ao ver o seu ídolo, tenta aproximação e é ignorado.
Mas, depois, pegou carona na popularidade do homem, para fazer o seu próprio nome, subir a sua popularidade e superar a do seu presidente.
Foi elevado a um pedestal, tratado como herói por grande parte da população do Brasil.
O próprio Presidente sempre deixou claro o orgulho por seu ídolo e por seu Ministro.
Quando esteve em apuros, por ocasião dos vazamentos do Intercept, o presidente mostrou confiança, respeito e total apoio.
Parece que o “sinistro” aprendeu algo com o Intercept, entregando para a globo lixo, os “prints” de conversa confidencial que teve com a sua afilhada de casamento; e, o mais ridículo, para “provar” que é honesto!
Quais as suas secretas intenções Doutor? Agora, sabemos.
Quer ser Presidente. Afinal, você deve pensar: se um destemperado como o Jair Bolsonaro chegou a presidência... imagine EU, o Dr Moro, um PhDeus?
Meu herói Sergio Moro morreu de overdose de ambição.
Triste ver as pessoas consumindo seu tempo, com obsessões políticas, buscando ter razão, tomar partido, buscando mitos e heróis. Ignorando as pessoas que morrem agonizando e solitárias, as que morrem de fome, os milhões de desempregados, produzidos por essa falsa premissa de que querem salvar vidas?
Tudo isso patrocinado por um sistema que não tem compaixão, que covardemente, consome seus dias, tramando para tomar o poder de um único homem, que foi eleito legitimamente por mais de 57 milhões de pessoas.
“A ânsia pelo poder não se origina da força, e sim da fraqueza.”
“Somos uma sociedade de pessoas com notória infelicidade: solidão, ansiedade, depressão, destruição, dependência; pessoas que ficam felizes quando matam o tempo que foi tão difícil conquistar.” Erick From.
Bernadete Freire Campos
Psicóloga com Experiência de mais de 30 anos na prática de Psicologia Clinica, com especialidades em psicopedagogia, Avaliação Psicológica, Programação Neurolinguística; Hipnose Clínica; Hipnose Hospitalar ; Hipnose Estratégica; Hipnose Educativa ; Hipnose Ericksoniana; Regressão, etc. Destaque para hipnose para vestibulares e concursos.