Nova atitude de advogado de Bumlai dá mostras de que agora é 'cada um por sí'

07/02/2016 às 04:38 Ler na área do assinante

Na tentativa de desbloquear bens bloqueados judicialmente do empresário José Carlos Bumlai, o advogado Arnaldo Malheiros Filho, que responde por sua defesa partiu para o ataque contra os dirigentes do Partido dos Trabalhadores e os donos do Banco Schahin.

No dia 22 de janeiro, o juiz Sergio Moro determinou o bloqueio de R$ 56,6 milhões de Bumlai para ressarcir eventuais prejuízos da Petrobras. 

Em sua petição, o advogado é agressivo no combate à decisão de Moro e reconhece a fraude na contratação do navio sonda Vitória 10.000: "Seria mais coerente impor a constrição aos corréus, os afagados e protegidos donos do Banco Schahin, aos caciques do PT ou ainda aos que compunham a diretoria internacional da Petrobras, pois, se existe alguém que teve ganho patrimonial com a pouca-vergonha da contratação fraudulenta do tal navio-sonda, certamente não foi o peticionário".

E prossegue o advogado: "Se algum dos acusados possui 'capacidade econômico-financeira' certamente são os donos do Grupo Schahin, que ainda se refestelam com proveitos do contrato de operação da sonda Vitoria 10.000, tendo um deles, inclusive, informado a esse D. Juízo que passará o Carnaval em Paris, que continua a ser uma festa... O que lhes falta em dignidade sobeja em bom-gosto".

Tal contrato teria sido a forma que o PT encontrou para compensar o Banco Schahin por não ter pago um empréstimo de R$ 12 milhões, Segundo a versão de delatores da "Lava Jato" como Fernando Soares, o Fernando Baiano. Bumlai já confessou ao juiz Moro que fez esse empréstimo para repassar o montante para o PT.

No pedido da suspensão do bloqueio, Malheiros afirma que seu cliente não teve qualquer benefício no negócio que a Schahin fechou com a Petrobras. Segundo ele, o valor "foi repassado integralmente pela instituição financeira ao Partido dos Trabalhadores e utilizado posteriormente como moeda de troca para realização de negócio espúrio, uma bandalheira entre o Grupo Schahin e então dirigentes da Petrobras, ao qual o peticionário é totalmente alheio, não tendo disposto de nenhum centavo desse dinheiro nem tampouco usufruído dos proveitos obtidos com a contratação da operação da sonda Vitória 10.000".

Bumlai, segundo seu defensor, passa por dificuldades financeiras. O grupo que criou em Dourados (MS), dono de usina de álcool e produtor de energia a partir de bagaço de cana, está em recuperação judicial, com dívidas de R$ 1,2 bilhão. 

da Redação

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