É muito triste que agora estejamos avaliando isso, mas tem lições muito ricas pra aprendermos aí. Eu costumo considerar as lições que tiramos de coisas ruins como sendo aquele mel que Sanção encontrou na ossada do leão que havia se lançado sobre ele, para lhe destruir (Juízes 14:8).
Hoje pela manhã eu assisti um vídeo da Carla Zambelli, onde ela não apenas relata o que de fato aconteceu, mas mostra a troca de mensagens entre ela e o Moro, que é padrinho de casamento dela.
O telefone dela começou a tocar, ela percebeu que havia algo errado, alguém falou pra ela que o nome e o telefone dela estavam na TV, apresentados pelo Moro como prova de que o Bolsonaro havia tentado negociar com ele a troca do Valeixo por uma nomeação ao STF.
A mensagem que o Moro mostrou na tela da globolixo não prova que o Bolsonaro fez nada, mas prova que o próprio Moro mentiu ao acusá-lo.
A conversa, na verdade foi um pedido de consideração, afetuoso, feito pela afilhada, na esperança de apaziguar o padrinho, apenas lembrando-o da expectativa que o Brasil inteiro cultivava até sexta-feira (24). Não era segredo pra ninguém, de que ele era o primeiro da fila pro STF.
A explicação também está na Bíblia:
"Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?" Eclesiastes 7:16.
Ser "demasiadamente justo" é uma forma de soberba, é considerar-se superior à própria justiça. É egolatria.
Ainda acredito que pode não ter sido intencional, mas o Moro apenas viu uma ofensa na argumentação da afilhada, ofensa que não estava lá. Juntando a isso a atitude, já suficientemente soberba, de exigir que o PR renunciasse a uma prerrogativa que a Constituição confere exclusivamente ao próprio presidente, a nomeação do diretor da PF, aí feriu demais o ego dele.
Com um ego tão grande, a suposta ofensa também foi grande demais, a ponto dele dizer aquela asneira de que nem o ladrão Lula, nem a anta Dilma, haviam interferido em ações da PF, coisa sabidamente falsa, pois tá cheio de jornais provando o contrário.
Vamos agora colher um pouco de mel: o primeiro efeito positivo é que agora caem totalmente por terra todos aqueles recursos da defesa do ladrão-mor da ORCRIM, que alegam parcialidade do Moro; isso porque a primeira reação de todos eles foi valorizar a palavra do Moro ao acusar o PR.
Outro favo de mel é que todas as vezes que construímos expectativas, por mais belas que possam ser, fundamentadas em alguma forma de mentira, nos tornamos escravos dessa mentira (Romanos 6:16). Quando uma mentira é desmascarada, nós nos tornamos mais livres.
Estou tentando assimilar, ainda faltam muitas informações, nós apenas começamos a conhecer os fatos. Muita coisa ainda há de ser revelada, mas temos que manter a fé e a esperança.
Deus está no comando.
Texto de Edivaldo de Araújo Pereira