Sobre juízes e heróis, de Joaquim Barbosa a Sérgio Moro...
26/04/2020 às 08:25 Ler na área do assinanteO brasileiro da era PT até a pré-eleição de 2018 estava indignado com a roubalheira da quadrilha de Lula e seus aliados, e com os rumos do país naquela época; ele via, assombrado, todos os dias, mais e mais escândalos de corrupção, envolvendo milhões e milhões de reais, encontrados até mesmo em caixas espalhadas em apartamentos, em operações financeiras que pareciam saídas de um filme ou uma obra de ficção, ou de uma mente psicótica, tamanho o seu atrevimento.
Nesse contexto, o povo brasileiro estava tão desesperado por ver algum tipo de honestidade e correção em algum agente público, que acabou buscando em um Juiz de Direito a figura de um “heroi”, apenas porque ele estava fazendo seu trabalho, como magistrado integrante do Poder Judiciário: punindo criminosos.
O primeiro a receber o troféu de “heroi nacional” foi Joaquim Barbosa, um juiz com assento na Suprema Corte, responsável, como relator, pela inédita condenação de corruptos poderosos no caso do “Mensalão” (Ação Penal 470), que começou a fazer ruir o “modus operandi” da Organização Criminosa que tinha se apossado do Estado.
Depois de Joaquim Barbosa, que após o cumprimento de seu dever como magistrado praticamente caiu no esquecimento popular em pouco tempo, o culto foi transferido para Sérgio Moro, que surgiu nos noticiários na época da conhecida Operação Lava Jato, que desvendou o maior esquema de corrupção do mundo moderno, levado a efeito pela mesma Organização Criminosa que tomou de assalto o Estado Brasileiro.
A cada milhão de reais bloqueado dos corruptos, a cada prisão determinada, a cada condenação de poderosos, mais a população - tão carente por ver agentes públicos fazendo a coisa certa - alçava o juiz Sergio Moro ao “status” de uma figura mitológica e heroica.
Com a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência da República, no final de 2018, o prestígio obtido pelo magistrado era tão grande, junto à população, que o presidente eleito convidou-o para integrar o Governo como Ministro da Justiça, passando para o lado do Poder Executivo, ao invés do Judiciário que sempre integrou.
A euforia do povo para com a pessoa do juiz Moro era tanta, que esquivou-se da própria prudência em escrutinar a vida pessoal e ideológica do magistrado, antes de lançar-se cegamente ao abraço com o magistrado na união nacional de querer transformá-lo em um político aliado do Presidente da República, na sua tentativa de mudar o “establishment” e de impor uma nova forma de se fazer política.
Sérgio Moro deixou o Governo na sexta-feira (24), e não é objetivo desse texto tecer críticas à sua saída, nem com relação à maneira com que a mesma se deu.
O que quero ressalvar é uma coisa só: no amadurecimento por que passa a população brasileira, espero que ela enxergue que o culto a Juízes de Direito tenha sido algo que ocorreu por pura carência de figuras públicas capazes de fazer a coisa certa, cumprindo o seu mister profissional.
Que o povo perceba que, como já havia feito no passado próximo, com outro magistrado, chamado Joaquim Barbosa, e agora há pouco com Sérgio Moro, doravante não deve cultuar juízes que punem corruptos, pois eles nada mais fazem do que aplicar a lei à espécie.
A corrupção é de fato o maior câncer do Brasil, e os corruptos têm que ser punidos exemplarmente; mas meu desejo é que a população enxergue que ela (a corrupção) é consequência do modelo de Estado Brasileiro, e nunca a sua causa.
E o responsável por esse modelo é, em ordem regressiva, o PT, a Esquerda, e o comunismo/gramscismo.
Enquanto não forem todos liquidados, o povo pode, infelizmente, mais uma vez incorrer no futuro no erro de cultuar um magistrado que apenas cumpre com seu dever.
É preciso, em suma, formar uma convicção geral no povo, um verdadeiro “senso comum”, da necessidade de combater a Esquerda e seus métodos de ação comunistas criminosos, que estão em vigor há mais de 100 anos.
Portanto, minha campanha é: por uma criação de uma cultura de Direita no Brasil, a partir de agora, e já!
Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).