O perigoso Centrão está encurralando o nosso presidente (veja o vídeo)

Queriam intervenção militar? Ela veio a cavalo.

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Bolsonaro venceu a eleição para varrer o PT e a corrupção.

Não esperava ter que enfrentar a força invisível do centrão, uma minoria aristocrática medieval incrustada nas instituições, inclusive de forma profunda em parte das Forças Armadas.

É o centrão que manda no Brasil! E ponto! O Presidente sentiu o tranco.

Câmara, Senado, oligarquias estaduais, governadores, ex-presidentes, Globo, parte das Forças Armadas e muitos outros unidos para desgastar e derrubar o governo.

Pensando poder peitar a todos só com o apoio popular, Bolsonaro foi traído pela pandemia e esqueceu de por o pé no freio na hora certa e fazer política, que é a arte de conciliar os contrários.

Pouco a pouco foi esticando a corda. Chegou ao ponto de ruptura.

Nenhum dos lados cedendo, iriamos para um conflito sério de natureza civil. Faltou pouco.

Parte da população foi para frente dos quartéis enlouquecida e sem leitura, pedir a volta do AI-5 e intervenção militar.

A caserna, que sempre deu sustentação aos governos do centrão, desde a proclamação da república, sentiu a chapa quente.

Viu, então, o momento certo para intervir como fiel da balança, pelos bastidores.

Tomaram o manche do governo das mãos do Presidente. Ou Bolsonaro cedia, ou caia, pois não teria o apoio militar que talvez imaginasse ter.

E convenhamos, o pior de tudo, seria um cenário de sangue. Entra no governo o General Braga Neto.

O sentido e a direção das coisas começam a mudar radicalmente.

Bolsonaro começa a ceder visivelmente.

Se aproxima do centrão para poder governar. Passa a ser um Presidente figurativo. Sem poder de fato.

E nesta sexta-feira (24) acata à primeira exigência de governabilidade e enterra a Lava Jato para sempre. Moro sai do Ministério.

O centrão vence a principal batalha e define a guerra.

E por que? Porque em novembro Bolsonaro mudaria um Ministro do STF.

Essa mudança alteraria as forças para decisão da prisão em 2ª instância.

Teria muita força para vergar a espinha do centrão (quase todos enredados em acusação de corrupção).

Para isso não acontecer, a estrutura de Moro precisou ser sacrificada. Um sinal claro de rendição.

Vão-se os anéis, e ficam os dedos.

Agora o que veremos serão avanços pontuais não significativos nas propostas do Governo e o arrefecimento da oposição.

Jogo para torcida. Teremos o fortalecimento da estrutura corrupta que não só segue viva e impune, como volta a mandar. E muito!

Só que há um cenário pior. Os militares conspiram. E o centrão não cumpre acordos.

Se puderem, vão sangrar Bolsonaro até a última gota.

Corremos o risco de ter um Presidente caricato, que estará no poder mas não o exerce mais.

Vai apanhar até desidratar por completo e perder a força popular que ainda lhe resta.

A hipótese de ser uma estratégia para arrumar as coisas no Congresso para depois endurecer o jogo, não tem nenhuma consistência lógica, pois para isso ser verídico no cenário dessa guerra, a figura de Moro seria indispensável e não sairia do governo da forma como saiu.

Ainda não será nesse governo que o Brasil irá se libertar da corrupção nem dos corruptos.

O governo nunca pode contar com os militares.

Aqueles que foram chamá-los são os responsáveis por tudo isso, pois criaram um clima de ruptura institucional que justificou a intervenção velada.

Diante disso, talvez os militares estejam certos.

Melhor sermos roubados eternamente do que acabar com os ladrões com derramamento de sangue!

Assim eles seguem mandando e fazem o que sempre fizeram para acabar com a esquerda e também com a direita.

No fundo, como sempre, só o positivismo deles.

Assista ao vídeo:

Foto de Luiz Carlos Nemetz

Luiz Carlos Nemetz

Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz

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