“A Polícia Federal não está para atender ao governo, ela está para atender o Estado brasileiro, para atender a sociedade brasileira.” (Maurício Valeixo)
Bolsonaro, finalmente, faz o que há tempo demonstrava que queria fazer: demitir “ad nutum” o Diretor-Geral da Polícia Federal.
Certamente os “soi dissants” influenciadores de opinião ficarão divididos entre o apoio incondicional e a oposição incondicional a Jair Bolsonaro.
Já eu, que nunca dei nem jamais darei apoio INCONDICIONAL ou me comportei, ou comporto-me como oposição incondicional a quem quer que seja, temo pelas consequências desta demissão.
Apoio incondicional (ou oposição incondicional) é coisa de membro de facção, de organização criminosa (PCC, CV, PT, etc.), ou de seita política (comunismo, fascismo, peronismo, chavismo, lulopetismo, etc.)
O apoio (ou a oposição) do cidadão democrático e consciente deverá ser SEMPRE crítico.
Parece que Bolsonaro, em quem votei para Presidente da República e para quem fiz campanha nas eleições de 2018 /1/, tem grande vocação para ser a “Frigideira da República”. Já fritou alguns de seus ministros, antes de demiti-los.
Já fritou, publicamente, em frente a microfones e câmaras o ínclito Ministro Sergio Moro, avisando-o, pela imprensa (assim mesmo!), de sua intensão de dividir o Ministério da Justiça e Segurança Pública em dois, ficando Moro com o da Justiça. Num ato falho concluiu: “Ele [Moro] não concordará...” /2/.
Aquele anúncio de divisão ministerial consistia em uma fritura explícita de Sergio Moro. A razão da fritura? Alguns procuram explicações na psicologia: Bolsonaro não suporta que lhe façam sombra com sucesso. Isto, aliás, é um traço bastante comum da cultura brasileira.
Eu, entretanto, sem descartar de todo a ideia anterior, penso que o que levou Bolsonaro a fritar, covarde e indecentemente, Moro em público foi precisamente Maurício Valeixo. Moro representava a estabilidade de Valeixo. E Bolsonaro sempre quis por que quis, tirar Valeixo da Direção Geral da PF. Isto é público e notório.
Não bastava Valeixo ser da confiança de seu Ministro da Justiça e Segurança Pública. Não basta Valeixo ser detentor de uma carreira impecável na PF, com relevantes serviços na elucidação dos grandes crimes de corrupção da Lava-Jato.
As razões de Bolsonaro para tirar Valeixo?
Estas nunca foram explicitadas, mas as suspeitas existem e têm fundamento.
Parafraseando Hamlet, personagem de Shakespeare, parece que “Há algo de podre no Distrito Federal de Brasília.”
E este “algo de podre” parece ter nome e paternidade: chama-se Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, enrascado com a Justiça, com inquéritos na Justiça Federal.
O honrado e competente Diretor-Geral da PF não parece satisfazer Jair Bolsonaro porque ele é absolutamente correto no cumprimento do seu dever, doa (mesmo!) a quem doer.
Bolsonaro, A Frigideira da República, de tanto fritar, vai acabar se queimando.
Sobra a competente equipe econômica, mas até quando? A Frigideira Bolsonaro parece não poder se aquietar.
Ah sim, sobram Jair e seus três filhos porras-loucas. Sobram Flávio Bolsonaro com suas traquinagens sob investigações. Segue seu filho porra-louca, Carlos dirigindo, do Planalto seu Gabinete de Ódio, triturando reputações pessoais.
Triste para o Brasil que, como eu, não esperava isso do Presidente que tantas esperanças trouxe aos brasileiros.
REFERENCIAS:
2.https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/sergio-moro-fritura-explicita/
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.