Jornalismo fúnebre: Grande mídia, a contadora de cadáveres. Qual é a doença do planeta, afinal?
15/04/2020 às 17:59 Ler na área do assinanteTempos estranhos estes, em que o mundo, ao girar, nos leva de volta aos costumes de nossos antepassados, contando histórias ao redor de fogueiras, desenhando em paredes de cavernas ou nos comunicando através de sinais de fumaça.
Lá por 1439, Gutenberg, o alemão que inventou a prensa -e a imprensa- imaginou ter criado um grande benefício para a humanidade, que finalmente poderia se comunicar e registrar sua história em massa.
Assim como Santos Dumont, que ao inventar o avião sonhava com seres humanos mais felizes, agora com asas, Gutenberg não poderia imaginar o uso que fariam de sua criação.
O avião trouxe felicidade aos seres humanos, mas em seu rastro veio a morte e destruição.
Veio Nagasaki, veio Hiroshima.
Ou a criação de centro de pesquisas biológicas como o de Wuhan, criados para beneficiar os seres humanos e que acabaram por criar uma verdadeira praga mundial que os dizima.
A prensa móvel de Gutenberg, que trouxe consigo os jornais e a imprensa, também agregou, desde seu início, os manipuladores das massas, do povo.
Trouxe a felicidade, mas também criou guerras.
Para o bem ou para o mal, a imprensa norteia o comportamento e pensamento de todos os indivíduos do planeta.
Nos anos 1920, foi ela que criou um universo próspero no EUA, cheio da euforia e riqueza que a enorme produção industrial criada no país.
A percepção fantasiosa dos jornalistas da época caiu duramente por terra em 1929, com a queda da Bolsa de New York e a Grande Depressão, enfiando os EUA e o mundo numa crise econômica cruel que durou mais de uma década.
De Gutenberg até hoje, a grande mídia aprendeu espertamente que o povo do planeta gosta mais de notícias ruins do que das boas.
Assim como, nos tempos do grande império romano o povaréu se aglomerava feliz e excitado para ver seus semelhantes serem despedaçados por leões em arenas, a grande mídia hoje conta mortes e vive disso.
Pão, circo e morte.
A exploração descarada do que há de pior no ser humano.
Quanto mais desgraça melhor.
Foi-se a época de nossos avós, onde casamentos, aniversários e a felicidade ainda eram notícia.
Não são mais.
No verdadeiro canibalismo praticado pela grande imprensa no mundo, vale qualquer coisa.
Uma roda que gira.
Como abutres carniceiros, a grande imprensa, incapaz de gerar por si as desgraças que a alimentam, as incentivam manipulando a sociedade e tocando o terror.
Terror que carrega consigo mais terror.
Hoje, trocamos a fogueira e os sinais de fumaça de nossos antepassados, transmitindo nossas histórias pelos celulares, pela internet, pelos notebooks, numa estranha volta ao passado, tentando descobrir a verdade que a grande mídia não mostra mais.
A destruição e depressão causadas pela grande mídia, entretanto, assolam o planeta.
Despejam seus mortos dentro dos cérebros de suas vítimas continuamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.
Na terra arrasada e podre criada pela mídia, rastejam vermes que se alimentam justamente dessa podridão.
Vermes políticos, quase sempre.
No mundo inteiro, existem os dorias, covas, maias e alcolumbres.
Tiram da desgraça o alimento para suas ambições, seus interesses.
A crise do Covid-19, que expõe tão claramente o papel da grande imprensa no mundo, deveria fazer também que esse papel fosse revisto.
Poderíamos, por exemplo, questionar qual é, verdadeiramente, a doença que hoje assola o planeta.
Se é um simples vírus, como outros antes dele ou de seu uso, enquanto calamidade, por abutres carniceiros da grande mídia.
Os piores exemplares dos habitantes do planeta, certamente.
Se a calamidade do Covid-19 não trouxer consigo reflexões necessárias -e com poder de mudança- sobre o papel da grande mídia e de outras instituições no planeta, em breve surgirão outras como o covid.
E outras.
Cada vez piores.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.