Em 1949, O golpe comunista que criou a República Popular da China, levou o país a perseguições e prisões arbitrárias de milhares. Camponeses, artistas, jornalistas, filósofos, lideranças políticas locais...
Qualquer individuo que ousasse falar contra o golpe de estado comunista, era preso, para nunca mais ser visto novamente.
Não obstante, as expropriações de terras, ou o simples confisco da produção de alimentos, produzidos nas regiões rurais, levaram o povo Chinês a uma crise alimentar, nunca antes vista.
A fome espalhou-se rapidamente nas grandes cidades, levando a roubos famélicos, que muitas vezes levavam a uma pena capital. Uma população antes ordeira e trabalhadora, via-se agora forçada a criminalidade, com um alto risco de serem mortos pelo estado, por roubarem um pouco de arroz para alimentar os filhos.
A falta de emprego ou qualquer atividade comercial, pois tudo era controlado pelo estado, levou a um tal desespero, que os animais domésticos, cães, gatos, aves, peixes, foram as primeiras vítimas da fome que batia as portas dos mais pobres.
O partido comunistas mantinha-se distante destes problemas. Alocado em Beijing, os lideres do partido e seus subordinados, sem nenhum pudor, consumiam tudo que fora levado dos locais de produção de alimentos, pois só alimentando seus asseclas, e o crescente exército, composto em sua maioria, pelos homens e mulheres que haviam a muito largado os campos, em busca de alimentos, e como ultima alternativa, alistavam-se nas fileiras do exército popular da China, para ao menos assim, conseguirem o que comer.
Neste estado de caos total, boa parte da população passou a alimentar-se de qualquer coisa viva ao alcance dos olhos.
Insetos, mamíferos de todos os tipos, aves, larvas, celenterados... Nada era estranho de mais, qualquer fonte de nutrição ou proteína era agarrada, como uma tábua por um náufrago.
Após a normalização desse período, quando finalmente o governo comunista entendeu o erro de confiscar toda a produção de alimentos, forçando homens e mulheres famintos buscarem as grande cidades em busca de trabalho, ou de uma vaga no exército popular da China. O governo começa então, a incentivar o retorno da população mais jovem aos campos, para reforçar a produção de alimentos.
Isso levou a normalização da produção de alimentos, com retorno do comércio, e a quase normalização das relações comerciais, visto que o governo entendeu que, o controle total dos meios de produção e de todo comércio, quase levou o país ao caos e uma inevitável, insolvência.
O mal já estava feito. A população já se habituara a alimentação extravagante, adotada durante o período de dez anos de fome, e aos poucos, até mesmo a elite, acabaria por adotar esse tipo de alimentação extrema.
Graças a estes fatos, o consumo irregular de animais e insetos de todos os tipo levaram ao contágio de humanos por vários vírus de origem animal.
Esta não foi a primeira, e tão pouco será a última mazela que tais hábitos, de certa forma, forçados por um governo autoritário causará.
O que nos leva a conclusão, que o vírus, não é apenas chinês. É uma legitima praga com selo de qualidade comunista.
(Texto de Maciel Alexandre da Silva)