Vera Magalhães publica Nota Fiscal e revela possível “sonegação”
21/03/2020 às 07:09 Ler na área do assinanteA emenda saiu pior que o soneto.
Nesta sexta-feira (20), os Deputados Douglas Garcia e Gil Diniz divulgaram o valor do contrato de Vera Magalhães com a TV Cultura: R$ 528.000,00 por dois anos de vigência, o que dá R$ 22 mil por mês.
(Já sabemos que o valor do contrato é ainda maior. R$ 792.000 por três anos de vigência).
A princípio, com tanto marajá ganhando muito mais do que isso, o salário não parece assustar. Não fosse o fato de que ele é pago para ela apresentar um programa semanal com duração de apenas duas horas.
Isso significa que, se ela trabalhasse 40 horas por semana (como um trabalhador normal), por esse valor da sua hora, ela estaria recebendo a bagatela de R$ 440 mil por mês!
Mas, até aí, apesar da imoralidade, está tudo dentro da lei.
O problema foi que, ao tentar se defender, ela publicou no Twitter uma fotografia de parte da sua nota fiscal mensal de prestação de serviço. E um pequeno detalhe me chamou a atenção: o código de serviço adotado, 3158, relativo a serviços de apoio administrativo em geral (datilografia, digitação, secretaria, etc).
Ué, mas ela é jornalista! Seu código de serviço da Prefeitura de São Paulo seria o 2534, relativo a "serviços de reportagem, assessoria de imprensa, jornalismo e relações públicas".
Será que a Vera não sabe a diferença entre o trabalho de uma secretária e o trabalho de uma jornalista?
É que essa é uma manjada estratégia de simulação fiscal. Se ela declarasse seu serviço como de jornalismo, sua carga tributária seria de 16,30% (dado o fato de que ela é optante pelo Simples Nacional e seu faturamento anual é de R$ 264 mil). Declarando serviço de apoio administrativo, ela cai para 7,65%. Com isso, ela sonega mensalmente R$ 1.903,00.
Eis a ídola do jornalismo brasileiro atual.
Receita Federal, Ministério Público e demais autoridades competentes: fiz a minha parte. Agora é com vocês.
(Texto de Vitor Gadelha)
da Redação