Dois zeros absolutos à esquerda.
Zeros redondinhos, rotundos.
Dois zés.
Sem representatividade, já que não foram eleitos por ninguém.
Zélumbre e Zémaia, que em seus delírios brasilienses sonham que as maracutaias e os cupinchas de porão que os colocaram nas cadeiras do senado e câmara são suficientes para lhes dar um poder que não tem.
Respeito que igualmente não possuem junto ao povaréu.
Fossem móveis do Congresso, passariam desapercebidos, os zés.
Mas móveis não tem essa ambição desmedida, essa ganância por poder.
Em suas alucinações, um zé viaja por aí falando em parlamentarismo para o país, como se alguém lhe tivesse dado essa atribuição.
E como se, funcionário público, tivesse autoridade pra isso, coisa que não tem.
O outro zé, do alto de sua empáfia, se mete a defender o indefensável e se acha no direito de enquadrar um presidente, afirmando que não tolerará ataques ao distinto senado.
Senado, desde o início da democracia, na Grécia, sempre foi chamado de ‘casa do povo’.
Zélumbre não deve ter estudado essa parte da história, faltou na aula.
Porque de casa do povo esse senado não tem nada, e nem ele mesmo tem nada a ver com o povo.
Pelo contrário - entende-se - tem medo do povo, seu verdadeiro patrão, o pagador de seu salário também rotundo.
Porque, como o outro zé, não passa de um funcionário público.
Funcionário do povo.
Que, vislumbra apavorado e com gases nervosos, vai sair em massa nas ruas do Brasil para demiti-lo.
Em desespero, pede respeito.
Mas, como dizia minha sábia e querida avó, quem quer obter respeito tem que dar respeito primeiro.
Apegados a seus privilégios e seu próprio umbigo querem, como muitos, que o povo e o Brasil se lasque.
Portanto, respeito à nação não é nem de longe ocaso dos zés.
Porque eles são o atraso.
Os zés são o atestado da incompetência no poder - obtido na sacanagem.
Zélumbre e Zémaia esperneiam.
Até 15 de março inevitável.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.