Espetáculo teatral revela o ser humano em carne viva e terá entrada franca
19/01/2016 às 05:33 Ler na área do assinanteCampo Grande recebe pela primeira vez 'Autópsia', uma dissecação da violência humana. Considerado o melhor espetáculo de Brasília de 2014 e com entrada franca tem apresentações previstas para os dias 29, 30 e 31 de janeiro.
A essência humana, em suas dores e delícias escancarada em um espetáculo visceral que promete aguçar o olhar do público para os traços mais dramáticos da sobrevivência na precariedade. Essa é a proposta central de "Autópsia", premiado espetáculo criado a partir da adaptação de cinco clássicos do dramaturgo brasileiro Plínio Marcos, o "autor maldito" e que agora chega a Campo Grande, com três noites de apresentação.
Violência, opressão e liberdade formam o tripé do espetáculo, encenado pelo Grupo Sutil Ato, de Brasília (DF). Na trincheira da sobrevivência, desejos, excesso, limite e marginalidade. O ser humano mais do que desnudo, em carne viva, como uma verdadeira autópsia.
"A essência do Autópsia é aliar uma estética genuinamente teatral, artesanal, orgânica, onde os intérpretes se expõem de uma forma muito crível e honesta a partir de ações físicas violentas e emocionalidade à flor da pele. Um jogo com o espectador de muito afeto e muita beleza estética, um espetáculo que preza pelo lírico. Foi montado com materiais que foram descartados e se vê uma beleza gigantesca na poética da imagem. Como dito pela crítica, é um murro no estômago porque revira a crueldade e desigualdade que ainda existe entre nós, em margens que nós mesmos estabelecemos. Mas quando falamos de afeto e humanidade, essas mesmas margens que criamos se borram", diz o diretor Jonathan Andrade.
O esboço surgiu em 2011 na Faculdade de Artes Dulcina de Morais, como projeto de conclusão de curso de Artes Cênicas, então coordenado pelo Jonathan. Amadureceu e diante da grande repercussão extrapolou os limites acadêmicos, conquistando o público e a crítica. A estrutura do espetáculo articula em duas peças autônomas as obras "Navalha na Carne", "Querô: Uma Reportagem Maldita", "Dois Perdidos numa Noite Suja", "Abajur Lilás" e "Quando as Máquinas Páram". Mas extrapola as temáticas das obras de Plínio Marcos, incorporando também temas como transgênero, preconceito racial e opressão ao feminino. "É a possibilidade de discutir questões por vozes que são ignoradas pela sociedade. Acima de qualquer coisa, Autópsia fala de humanidade, afeto e princípio de tolerância. É um assunto contemporâneo a qualquer tempo. Hoje, por exemplo, vivemos um momento de crise, com aumento do desemprego e aflição. São personagens que quando a gente esmiúça, caem na própria sala de casa e muito próximo da gente".
Em 2014, Autópsia realizou temporada por 4 cidades do Distrito Federal, tendo sido assistido por aproximadamente 2.500 pessoas. No mesmo ano foi selecionado para se apresentar no Festival Internacional de Brasília Cena Contemporânea, um dos mais importantes festivais do país, sendo considerado pelo público e critica do jornal Correio Braziliense como o melhor espetáculo brasiliense e uma das melhores direções da mostra.
Somando o atual circuito já são 4 mil espectadores. Com estreia arrebatadora, esta temporada teve a primeira parada em Goiânia, mais vez uma aclamado pela crítica; agora o espetáculo chega a Campo Grande e depois segue para Belo Horizonte.
Serviço – Apresentações dias 29, 30 e 31 de janeiro, no Teatro Prosa do Sesc Horto, sendo às 19 horas o primeiro ato e às 21 horas o Ato II. A entrada é franca. A classificação indicativa é 18 anos. Mais informações sobre o espetáculo www.espetaculoautopsia.com.br
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da Redação