Familiares de miliciano afirmam que Witzel recebeu R$ 2 milhões de Adriano
23/02/2020 às 18:11 Ler na área do assinanteA cada passo da investigação da morte do ex-capitão do BOPE Adriano da Nóbrega, aparecem novas revelações que ligam líderes políticos ao miliciano.
No começo de fevereiro, antes da morte do miliciano, sua esposa, Júlia Mello Lotufo, afirmou que seu marido seria morto por uma facção criminosa comandada pelo governador do Rio de Janeiro (RJ), Wilson Witzel.
“Meu marido foi envolvido numa conspiração armada pelo governador do Rio, Wilson Witzel, que queria matar o Adriano como queima de arquivo”, disse Júlia Mello Lotufo.
A declaração foi noticiada pela revista Veja.
A Veja também noticiou na última sexta-feira, 21, que familiares e amigos próximos a Adriano confirmaram o envolvimento dele com o governador do Rio.
Segundo as informações, o miliciano após se envolver com o mundo do crime, ganhou muito dinheiro e definitivamente enriqueceu. Assim, Adriano teria bancado parte da campanha de Witzel, com um ‘investimento’ em torno de R$ 2 milhões.
O envolvimento do ex-capitão do BOPE era exclusivamente para que o então candidato - assim que assumisse o governo - o ajudasse em possíveis futuras investigações do Ministério Público.
Entretanto algo deu errado, e no começo de 2019, assim que Witzel assumiu o posto, o MP-RJ denunciou Adriano, e até sua morte o miliciano esteve foragido.
Quando o ex-policial tentou entrar em contato com o governador não foi atendido, sequer ouvido, a partir deste ponto, Adriano entendeu que seria alvo de uma ‘queima de arquivo’.
“Estão querendo colocar essa morte (Marielle) na minha conta. Avisem a ele que eu o ajudei. Ele está deixando o MP me transformar num monstro e não vai fazer nada?”, disse Adriano - segundo parentes próximos.
Pessoas próximas salientaram que o problema ocorreu devido a guerra declarada de Witzel contra o presidente da República Jair Bolsonaro.
Witzel, após confirmar seu interesse em futuras eleições presidenciais, mudou totalmente de lado e tenta (continua tentando) a qualquer custo incriminar Bolsonaro e sua família. Adriano foi uma oportunidade.
Witzel sabia que no passado - há quase 20 anos - Flávio e o presidente já haviam prestado homenagens ao então policial.
O oportunismo de Witzel está caindo junto com a sua máscara. Não haveria motivos para familiares culpar o governador se não soubessem de algo concreto.