
A força do “absurdo” utilizada pelos jornalistas militantes
22/02/2020 às 12:37 Ler na área do assinante
Patrícia de Toledo Campos Mello, da Folha
Quando os jornalistas militantes dizem absurdos, tais como o de parar retroescavadeiras com “tiros nos pneus”, ou quando afirmam que senador tentando atropelar pessoas é “um estilo de fazer política”, ou quando insistem que incentivar crianças a acariciar homem nu em museu é “arte”, eles não estão sendo retardados, mas tomando e tratando o brasileiro médio como retardado.
Mas para além do desprezo que os jornalistas militantes nutrem pelo povo brasileiro, há outro elemento a compor a tática de defender algo com argumentos indefensáveis: o conhecimento psicológico de que há uma falha na mente humana que nos conduz a considerar o bizarro e o anormal se tudo for colocado por meio de uma linguagem sinuosa, insistente e, ao fim das contas, “convincente”.
É um trabalho constante de colocação de “camadas” de absurdos na mente do consumidor de notícias, de modo que a cada novo absurdo colocado sobre outro absurdo, o absurdo anterior pareça menos absurdo.
Tudo muito absurdo, não?
Sim, mas muito mais eficiente do que gostaríamos de supor.
(Texto de Marco Frenette)