Fofoca, personagens canastrões, gente em busca de holofote e, claro, assédio sexual. Parece roteiro de um reality-show de quinta categoria mas estamos falando da ‘CPMI das Fake News’ – uma questionável comissão parlamentar, fomentada pelos partidos de esquerda com o notório objetivo de desgastar o governo Bolsonaro, com o beneplácito do presidente da câmara, Rodrigo Maia.
Como acontece no BBB houve uma guinada.
A testemunha Hans River Rio Nascimento convocado pelo deputado Rui Falcão (PT-SP), surpreendeu a todos dizendo que havia feito a campanha para o próprio Rui Falcão e mais 12 petistas.
A despeito do seu visual de ator de pornochanchada dos anos 70, Hans River destruiu por completo a credibilidade da CPI. Não sem antes acusar a repórter da Folha de S. Paulo, Patricia Campos Mello, de lhe propor sexo em troca de informações sigilosas da empresa de marketing eletrônico, Yacows, onde Hans trabalhava à época.
Imediatamente a grande imprensa se uniu na tentativa de destruir a imagem da testemunha, num repeteco do caso Francenildo, caseiro que em 2006 denunciou outro petista graúdo, então ministro da Fazenda, Antonio Palocci.
A mídia já tachou Hans River de desonesto, misógino, ‘periférico’ etc.
Se Hans era tão pouco confiável porque o deputado petista o convocou?
E como esse mesmo personagem, que foi a principal fonte da matéria mais polêmica que a Folha de S.Paulo publicou no período eleitoral, tem credibilidade quando pauta uma matéria no maior jornal do país e já não tem mais quando confessa que foi vitima de assédio?
O curioso é que apesar de tê-lo convocado, o Dep. Rui Falcão, foi o primeiro a pedir que a sessão fosse fechada, sem a presença da imprensa. Ainda mais surpreendente foi a reação do depoente que contestou o petista e exigiu que a sessão fosse aberta. O tal Hans é marrento.
Como alguns episódios do Big Brother, a sessão foi show de baixarias, antes mesmo do início já houve acusações de racismo contra a testemunha.
E como sempre acontece ao se verem acuados, os petistas se esquecem da defesa dos negros, dos trabalhadores (como Francenildo) e partem para o vale-tudo, inclusive questionando a credibilidade da testemunha que eles próprios convocaram.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) chegou a pedir, aos berros, a prisão da testemunha antes que ele sequer iniciasse o depoimento. Vai entender...
A verdade crua é que falta ao PT a altivez necessária para investigar ou questionar quem quer que seja.
Quem organizou e se beneficiou do maior esquema de corrupção da história da humanidade não tem autoridade para inquerir ninguém, nem mesmo um canastrão como Hans River do Rio.
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.