É um equívoco dizer que o bullying é uma brincadeira e que os alunos o superam sozinhos. Estamos falando de uma forma de violência deliberada.
Bullying é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros. Representa formas intencionais repetidas por estudantes, que causam angústia ou humilhação à outra pessoa.
Ele abrange todas as formas de atitudes agressivas, intencionais, repetidas que ocorrem sem motivações evidentes, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder.
Encontra-se presente, possivelmente, em variadas situações, tais como colocar apelidos, ofender, gozar, envergonhar, humilhar, discriminar, excluir, isolar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, tiranizar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, quebrar pertences.
Estudiosos do comportamento bullying postulam que os próprios escolares identificam e classificam os tipos de papéis sociais desempenhados pelos seus protagonistas:
"Vítima típica": Aquele que serve de "bode expiatório" para um grupo.
"Vítima provocadora": Aquele que provoca determinadas reações contra as quais não possui habilidades para lidar.
"Vítima agressora": Aquele que reproduz os maus-tratos sofridos.
"Agressor": Aquele que vitimiza os mais fracos.
"Espectador": Aquele que presencia os maus-tratos, porém não o sofre diretamente e nem o pratica, mas que se expõe e reage inconscientemente a sua estimulação psicossocial.
O bullying interfere na auto-estima, na concentração, na motivação para os estudos, no rendimento escolar e nos males psicossomáticos (diarréia, febre, vômito, dor de estômago e de cabeça) da vítima.
A longo prazo, a vítima pode desenvolver transtornos de ansiedade e de alimentação (bulimia, anorexia, bruxismo, alergias, depressão e ideias suicidas).
Se não houver intervenção, pode haver efeitos para o resto da vida. A vítima pode ser sempre insegura. Alguns têm resiliência, o poder de resistir e superar situações difíceis, mas outros penam.
Quanto aos agressores, afirma que, este sofre, de imediato, um distanciamento dos objetivos escolares. Ele passa a ficar o tempo todo planejando o que fazer e se esforçando para manter o jogo de poder com a vítima. Aliás, ele pode ter várias vítimas, isso é o mais comum.
O agressor, então, pode sofrer queda no rendimento escolar e até evasão – como ele deixa de aprender, pode ser reprovado e perder a motivação para estudar.
A longo prazo, ele pode cair na delinquência e no uso ou tráfico de drogas. Além disso, pode praticar o bullying em outros ambientes, como o trabalho e a família, tendo problemas nas relações profissionais e sociais e até nos relacionamentos afetivos e amorosos – prejudicados pela questão do poder, que tenderá a acompanhar o agressor.
Para quem pensa que o bullying se restringe às instituições educacionais, um alerta.
O problema pode ocorrer em qualquer ambiente, já que designa atitudes agressivas frequentes com o objetivo de ofender alguém com menor capacidade de defesa.
Nas escolas, o medo de represálias faz com que muitos jovens se calem ao testemunhar a agressão.
Pio Barbosa
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Pio Barbosa Neto
Articulista. Consultor legislativo da Assembleia Legislativa do Ceará