Por que sou a favor do juiz de garantias: por um país onde o juiz não julgue pela amizade com uma das partes

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Eu vou ser bem sincero e essa é a MINHA opinião pessoal. EU SOU A FAVOR DO JUIZ DE GARANTIAS.

Sei que Bolsonaro só não vetou essa questão para criar uma "armadilha" para o Congresso. 40% das comarcas brasileiras SÓ TÊM UM JUIZ. De onde, então, surgirá DINHEIRO para a contratação de mais magistrados?

Se vetasse, o Congresso derrubaria o veto, junto com os outros 25. Não vetando, o próprio Congresso tem que dizer de onde virá o orçamento.

Recentemente, por essa mesma questão, Bolsonaro vetou a lei que obrigava a presença de psicólogos nas escolas. A esquerda usou isso para atacá-lo, criando a narrativa de que o presidente não se importava com a educação.

Agora, então, ele "passou a bola" para quem "criou" a ideia. Eles que se virem.

Dessa vez, a narrativa esquerdista é diferente: "Não vetou para "favorecer" Flávio". Imediatamente, a direita tutti frutti comprou o discurso e, com a sanha de não parecer petista, já começou a chamar o presidente de traidor.

Concordo que um juiz de garantias "favoreceria" Flavio. Mas só quem nunca precisou do sistema judiciário e desconhece a "síndrome de Deus" que acomete alguns magistrados, especialmente em comarcas do interior, onde a fiscalização da corregedoria é praticamente inexistente, pode ser contra uma duplicidade de julgamento, logo na fase inicial.

Mesmo sem o veto, não vai passar. Mas, ainda que o Ministro da Justiça seja contra, não posso me proibir de sonhar com um país onde o juiz não julgue pela amizade com uma das partes, ou por ter sua filha empregada no gabinete de algum "compadre"...

Infelizmente, não será dessa vez.

“A prudência está justamente em saber conhecer a natureza dos inconvenientes e adotar o menos prejudicial como sendo bom." (MAQUIAVEL, Nicolau)
Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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