A dupla desgraça de um dispositivo da nova lei: a crônica da morte anunciada e da impunidade aumentada

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Há décadas estudo no Brasil e exterior o fenômeno do homicídio. Afirmo sem receio de errar: esperem 3 anos - no máximo - e qualquer estatística séria provará o incrível aumento de homicídios de testemunhas que teremos.

Deformaram o “Projeto Moro”, criando-se um monstro.

Basta que o delinquente saiba quem depôs na polícia contra ele, que eliminando a pessoa, desaparece a prova, já que 99,99% da prova é testemunhal. Chamam a isso “queima de arquivo”.

A explicação que encontraram para criar a triste novidade é a de que os testemunhos na polícia poderiam “influenciar” o magistrado (?) em juízo e que, essa prova, portanto, deve obrigatoriamente ser “repetida em juízo”, nada valendo as anteriores declarações. Preciso que me expliquem como se repete o irrepetível.

Só um neófito ou um teórico de poltrona pode acreditar que prova testemunhal se “repete”.

É justamente nos contrastes, oscilações, mudanças ou confirmações da testemunha que buscamos estabelecer a verdade.

A ação do tempo atua contra, pois comumente provoca alterações da memória.

A psicologia mostra, com clareza, que quanto mais próximo aos fatos, sem a “contaminação da conversa com terceiros” - que pode provocar “reedições da memória”- é quando a memória está mais preservada.

E testemunha é memória, por excelência. Só trata de fatos passados.

“Ah, mas não dá para confiar na prova policial”.

Puro preconceito, já que malandragem existe em todo lugar.

Se a testemunha prestasse depoimento no STF, mesmo lá poderia mentir aos ministros, como muitos (seres humanos) mentem para a gente, não importa onde estejam.

Gato que nasce em forno não é pão.

A inteligência está adiante.

A façanha da nova lei é dupla: aumentará a impunidade e fomentará o homicídio.

As organizações criminais irão deitar e rolar e as futuras vítimas também. Cada uma por razão diversa.

P.S.1. Não digam que não avisei.

P.S.2: Isso não é profecia: é lógica e ciência.

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