Delcídio tinha trânsito em todos os partidos por sua habilidade em 'arrumar' dinheiro

28/12/2015 às 08:04 Ler na área do assinante

O senador Delcídio do Amaral é próximo do poder há muito tempo, mesmo antes de ocupar cargo eletivo.

Engenheiro de formação, Delcídio sempre foi íntimo dos empreiteiros e do mundo do petróleo.

Surgiu em Mato Grosso do Sul de maneira fulminante, derrotando nas urnas, em sua primeira eleição, um mito: Pedro Pedrossian. Era candidato do PT, com apoio do então governador, na época candidato a reeleição, Zeca do PT.

Zeca, durante a campanha tratou Delcídio como 'irmão'. Num dos comícios, com a presença de Lula, chegou a pedir aos eleitores que não o reelegessem para o governo se não votassem também em Delcídio para o Senado.

Na época, ninguém compreendeu a escolha de Zeca. Hoje, tudo parece muito claro.

No governo de Itamar Franco (1992-1994), Delcídio foi diretor da Eletrosul, secretário executivo e ministro interino de Minas e Energia.

No governo de Fernando Henrique Cardoso, Delcídio ocupou o cargo de diretor de gás da Petrobras. O senador tinha forte ligação com o paraense Jader Barbalho, do PMDB e aproximou-se de Zeca do PT através do falecido deputado Flávio Derzi, também do PMDB.

Delcídio também tinha livre acesso a empreiteiros e banqueiros, relações que facilitavam a 'costura' de acordos com extrema agilidade.

Todo este aparato faziam do senador um homem desejado, mas também lhe rendiam olhares de ciúmes e inveja.

Possivelmente, dai a explicação mais plausível para a reação abrupta, dura e condenatória do presidente do PT, Rui Falcão, imediatamente após o caso de Delcídio ter vindo a tona. Logo ele, sempre tão condescendente com todos os petista presos.

Atualmente, a situação do senador é a pior possível. A cassação do seu mandato é uma questão de tempo. A possibilidade de ser solto é ínfima.

No aspecto jurídico, a situação tem se agravado, vez que o seu nome já foi citado por três delatores como destinatário de propina da Petrobras.

Diante do quadro sombrio, totalmente sem perspectivas, novamente começam a se ouvir rumores de uma eventual delação premiada.

É, sem dúvida, a opção que lhe resta. Vamos aguardar.

Lívia Martins

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