No Mercosul, Macri tem primeiro confronto com venezuelanos. Dilma só observa...
22/12/2015 às 07:20 Ler na área do assinanteA Cúpula do Mercosul foi marcada pelo primeiro confronto direto entre o novo presidente da Argentina, Maurício Macri e o governo da Venezuela.
Recém empossado, Macri, após agradecimentos protocolares, pediu a imediata liberação de políticos presos pelo governo de Nicolas Maduro.
"Temos que consolidar uma verdadeira cultura democrática no bloco', bradou Macri.
Maduro, prevendo o ataque, alegou ‘problemas de agenda’ e não compareceu.
O discurso provocou reação negativa da ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, que representava o presidente.
"Você está cometendo uma ingerência. Você está defendendo esse tipo de manifestação. Você está defendendo a violência política. (...) Na Venezuela existem poderes impendentes que devem ser respeitados (...), disse Rodríguez.
As câmeras que registraram o evento conseguiram capturar o desconforto visível dos chefes de Estado que escutavam as reclamações da ministra. Após seu discurso houve poucos aplausos.
O confronto entre a Argentina e a Venezuela já vem se delineando há semanas. Durante sua campanha eleitoral, Macri já havia dito que mudaria a abordagem simpática do governo argentino em relação ao regime chavista, afirmando repetidamente que pediria a liberdade dos presos políticos.
Dilma Rousseff em seu discurso disse que o Brasil não compartilha da posição da Argentina em relação à Venezuela. Para a presidente, o bloco caminha para a "construção e consolidação da democracia depois de anos de autoritarismo", e tanto a eleição presidencial na Argentina quanto a parlamentar na Venezuela são "dois exemplos recentes que mostram nossa maturidade".
Pouco antes da reunião, a Venezuela já havia demonstrado contrariedade com a proposta do Paraguai – país igualmente crítico ao chavismo – de discutir o estabelecimento no bloco de uma comissão para os direitos humanos, semelhante à que existe na Organização dos Estados Americanos (OEA) – da qual a Venezuela se retirou em 2012.
da Redação.
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