"Não existe essa coisa de almoço grátis"

06/12/2019 às 06:28 Ler na área do assinante

Hoje eu conversei com uma eleitora do Bolsonaro, que estava muito brava com a nova previdência. Ela seria afetada e, então, estava achando um absurdo. Segundo ela, deveria valer só para os mais novos. Os mais velhos já "contavam" com esse "direito".

No caso específico, era direito a pensão. Ou seja, o marido trabalhou durante 30 anos, recolhendo no máximo 20% do seu salário, e aposentou com salário integral. Após seu falecimento, a esposa continua recebendo a mesma quantia. Nesse caso, o benefício, muitas vezes, atinge ou ultrapassa os 30 anos que foram recolhidos.

Pois bem. Se pagou 20%, por 30 anos, e recebeu 100%, durante os mesmos 30 anos, quem paga a diferença? O Estado. Lógico! E de onde o Estado tira dinheiro? DO BOLSO DO CONTRIBUINTE.

Essa conversa é apenas um exemplo, que mostra como é a mentalidade brasileira. NÓS QUEREMOS DIREITOS. NÓS AMAMOS DIREITOS. Nós imploramos para que o Estado nos tutele. NÓS NÃO ASSUMIMOS RESPONSABILIDADE.

Esse é o ponto que REALMENTE me preocupa. Nós sempre precisamos de um herói para nos salvar, ou de um vilão para colocarmos a culpa. NUNCA TOMAMOS O CONTROLE SOBRE NÓS MESMOS.

Passamos os últimos 30 anos dormindo. 16 deles, estávamos em coma profundo. Desmontaram o nosso país, em todos os sentidos. Nossa saúde, que não era boa, virou um caos; nossa segurança, que não era boa, virou um cenário de guerra; nossa educação, que não era boa, virou uma fábrica de analfabetos funcionais; nossa economia, que não era boa, virou uma massa falida.

Vimos um presidente comprar o Congresso, numa clara tentativa de um Golpe de Estado, e o reelegemos; votamos contra o desarmamento civil e, ainda assim, entregamos nossas armas. Acompanhamos, calados, anos e anos de corrupção e aparelhamento Estatal.

Ficamos em silêncio enquanto toda a imprensa era tomada por militantes; ficamos em silêncio enquanto doutrinadores corrompiam nossos filhos, dentro das salas de aula.

A terra de Chico Anysio viu nascer a "Porta dos Fundos"; o país da Bossa Nova prega o valor cultural do funk.

FOMOS OMISSOS.

Nós somos culpados de todas as mazelas do nosso país. Aceitamos calados!

Agora, queremos que um presidente, em 1 ano, faça milagre. Não conseguimos ver as pequenas mudanças: Inflação sob controle, país em crescimento sólido,taxa de juros em baixa histórica, criação de empregos, mercado financeiro operando em alta recorde... Tudo isso trará consequências positivas, porém demandam TEMPO.

Não existe solução imediata para o Brasil. Não esperem nada fantástico para os próximos 4 anos. Antes de qualquer coisa, precisamos colocar a casa em ordem, arrumar a bagunça que a esquerda fez. E isso, por si só, já é MUITO difícil.

Se insistirmos, porém, nos discursos dos "direitos" e do imediatismo, não perceberemos realmente grandes mudanças e, em 2022, corremos o risco de devolver o poder àqueles que prometem "mundos e fundos", mas que não se preocupam com o amanhã.

É a hora de fazermos uma reflexão: Queremos continuar vivendo de benesses Estatais, aproveitando o máximo de "direitos", até levarmos o país à bancarrota, ou queremos construir um Brasil melhor para nossos filhos e netos?

DEPENDE DE NÓS, desta geração, a tomada da decisão mais importante deste século. É ela, somente ela, que determinará como serão nossas próximas décadas.

O que você escolhe?

"Não existe essa coisa de almoço grátis" (FRIEDMAN, Milton)

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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