Duas notícias para tomar nota: o dinheiro recuperado pela Lava Jato e, na contramão, Botafogo escolhido como “brasileiro do ano”
04/12/2019 às 05:54 Ler na área do assinanteLi na imprensa que uma das instituições mais amadas e respeitadas da República, a Lava Jato, já recuperou para o País a impressionante quantia de R$ 4.069.514.758,69; pouco mais de quatro bilhões de reais.
É notícia que certamente fará os amantes da honestidade pública exultarem de orgulho: Após cinco anos de operação, a Lava Jato já recuperou mais de quatro bilhões de reais.
Isto equivale a R$ 814 milhões de reais, em média, por ano. Mas este feito também nos dá a ideia do nível cosmológico de corrupção que assolou o País ao longo dos governos do Grande Canalha, Lula da ‘Çilva’ e do exemplar único da espécie “mulher sapiens”, Dilma, a Acéfala.
O combate à corrupção, além de fazer Justiça, com a condenação e encarceramento (agora proibido pela banda podre do STF) dos bandidos de colarinho branco, faz recuperar parte do roubo e aplicá-lo para o bem da sociedade que trabalha e é honrada.
O efeito oposto ao da bem amada Lava Jato é o que causa a sistemática defesa dos grandes corruptos, feita precisamente pela odiada banda podre do STF, aquela que J. R. Guzzo já denominara, com extrema precisão, de Facção-Pró- Crime da Corte.
Seria muito útil que alguém pudesse quantificar o prejuízo financeiro – fora o moral, claro, este bem mais vergonhoso e deletério – causado pela proteção sistemática do STF aos mega-criminosos desta triste Nação. Isto permitiria o confronto com o benefício da ação da Lava Jato.
Melhor ainda, quantificar o custo financeiro – o custo moral não é quantificável - infligido ao Brasil com a instituição oficial, pela banda podre do STF, em 7/11, do Estado Cleptocrático de Direito /1/, que joga a execução da pena de notáveis canalhas para as Calendas Gregas /2/. Como Lula, por exemplo, já condenado duas vezes em segunda instância por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, mas que continua livre e solto, como se inocente fosse, mentindo, infernizando o País e cantando de galo contra o governo e a Justiça que faz justiça.
Outra notícia que me chamou a atenção foi a de que a revista Isto É, revista fundada e moldada pelo notório Mino Carta, concedeu a Rodrigo Maia - codinome “Botafogo” no Departamento de Ações Estruturadas da Odebrecht, popularmente conhecido como Departamento de Propinas – o prêmio de “Brasileiro do Ano” /3/.
Depois ficam incomodados quando se diz que o Brasil é o “País da piada pronta”, que não dá trabalho algum para os humoristas fazerem humor: a piada é real e está lá, à disposição.
Já escrevi sobre este indivíduo, Rodrigo Maia, em artigo /4/ que recomendo ao leitor. Maia é um sujeito sem grau acadêmico algum, mas que sempre assume pose grave e professoral quando fala, para dar lições várias ao Brasil. Ele tentou cursar economia numa universidade privada periférica, a Cândido Mendes, cujo mestrado profissional tem nota 03 na qualificação Capes (que vai de 01 a 07) e, mesmo assim, não concluiu o curso.
Foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados num processo de negociação que – tudo lembra – se encaixa nos moldes da velha e indecente política (o termo mais ajustado seria “politicalha”) que tanta vergonha e desgraça trouxe ao País. Ele é, sim, um filhote da “velha política” de que o país tanto luta para se libertar. Até amplas denúncias de corrupção na Lava Jato o colocam como homem da “velha política.”
Detesto este cara desde antes da noite em que a Nação foi tomada de surpresa com a queda do avião que carregava o time da Chapecoense. Chocada e aturdida, a Nação procurava inteirar-se das notícias ao longo da madrugada da fatídica noite, enquanto Rodrigo Maia, no mais explícito desprezo e desrespeito pelos brasileiros, oportunisticamente, sorrateiramente presidia a Câmara para destruir - como de fato destruiu - o projeto popular das dez medidas de combate à corrupção.
Sobre o prêmio que recebeu da Isto É, não posso esconder minha “surpresa”. Eu esperava que o prêmio Isto É, batizado "Brasileiro do Ano", fosse, desta vez, para Lula, ou Zé Dirceu, ou Dias Toffoli.
Mas, vá lá, o agraciado até que representa bem a revista.
REFERÊNCIAS:
2. Uma calenda, no antigo calendário romano, era o primeiro dia de um mês, desde que nele ocorresse uma lua nova. São raras, as calendas. Não existia calenda no calendário grego. Por isso quando um cidadão romano queria se referir a algo difícil de vir a ocorrer, dizia, ironicamente, que tal evento só iria acontecer na próxima calenda grega. É o que afirmo sobre a prisão de Lula, após instituído o Estado Cleptocrático de Direito, pela Facção-Pró-Crime do STF. Mesmo que condenado a 17 anos de cadeia em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, Lula só deverá ser preso, graças ao STF, quando ocorrer a primeira futura calenda grega. É por isso que ele demonstra não se lixar para aquela condenação.
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.