Extrema imprensa trata baile funk de Paraisópolis como "expressão cultural inocente"
02/12/2019 às 17:38 Ler na área do assinanteSe excessos houve em Paraisópolis, certamente devem ser apurados e os responsáveis punidos.
Agora, a cobertura da grande imprensa do fato é nojenta. Querer apresentar baile funk como expressão cultural inocente, ignorando que via de regra o que se tem é patrocínio de traficante pra vender drogas, com meninas de 14 anos sendo aliciadas sexualmente ao som de letras obscenas convidando e incentivando a prática de estupro, e milhares de trabalhadores em volta, que vão acordar as 4:30 no dia seguinte, sem conseguir dormir, é o cúmulo do cinismo.
Se o jornalista não se dispõe a contar a história inteira, ouvindo TODOS os lados, não está fazendo jornalismo, e sim storytelling. Não está reportando os fatos, e sim roteirizando uma obra de ficção da pior qualidade.
Uma imprensa que se coloca como barriga de aluguel para projetos pérfidos de engenharia social será cada dia mais desprezada.
Rafael Rosset
Advogado