“Ativistas veganos” se descabelam pela alta do preço da carne, mas de quem é a culpa?

01/12/2019 às 07:33 Ler na área do assinante

Há 15 anos, no longínquo 2004, o quilo da picanha, aqui no interior de MG, chegou a R$28,00.

Naquela época, nos “anos dourados” do primeiro governo Lula, quando o mundo navegava numa maré de calmaria e nem pensava que existiria a crise de 2008, que virou do avesso a economia global, o salário-mínimo brasileiro era de 260 reais.

Ou seja, eram necessários 10,75% do salário para comprar um quilo da queridinha do churrasco tupiniquim.

Hoje, com a alta da carne, o quilo deste corte está chegando a 55 reais. 5,5% do salário.

Se formos comparar a arroba do boi gordo, em Novembro de 2004, a cotação era de R$70,00 (26,9% do salário-mínimo), contra R$200,00 (20,04% do salário), em Novembro de 2019.

Então, caro amigo ativista vegano, que está se descabelando em críticas ao Bolsonaro, vamos aos FATOS.

1º: A China está sendo assolada pela peste suína africana. Com isso, aumentaram a importação de carne brasileira. Com maior quantidade de produto exportado, pela lógica, falta produto no mercado interno.
2º: Com a longa crise, pela qual passamos, que manteve o preço na carne em baixa durante muito tempo, os pecuaristas passaram a abater fêmeas (matrizes). Como é delas que nascem os bezerros, isso causa a falta de produto no mercado interno.
3º: Estamos em período de entressafra no Centro-Oeste, o maior produtor de carne, no Brasil. Nesta época, os pastos ficam ruins, o custo de produção aumenta e falta produto no mercado interno.
4º: iniciando dezembro, às vésperas do fim de ano, o comércio já se prepara para as festas, quando o consumo aumenta exponencialmente e falta produto no mercado interno.

Ah, e sabe aquelas APPs, que variam entre 20 e 80% da propriedade, dependendo da região, e que os ecochatos querem aumentar? Então... Elas também interferem no custo de produção, viu... Quanto menor o espaço para pastagem, menos bois são criados e menos carne chega no mercado.

Ao contrário das leis brasileiras, as LEIS DO MERCADO FUNCIONAM.

É básico: OFERTA x PROCURA. Com menos produto disponível, o preço sobe.

Com o controle da praga na China, a safra recomeçando e a temporada de festas terminando, os preços voltam a baixar. Simples assim.

Guardem os foguetes e a Mortadela, suspendam a comemoração, porque não é isso que desestabilizará o governo.

“Os maiores pensadores do mundo não têm a menor ideia de como o mercado funciona... E é precisamente por isso que ele funciona.” (PETERS, Thomas J.)

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

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