Quebra de sigilo fiscal e bancário de Renan tem aparência de engodo
19/12/2015 às 12:23 Ler na área do assinanteA quebra de sigilo fiscal e bancário do senador Renan parece coisa combinada.
O Supremo Tribunal Federal autorizou, no último dia 9, a quebra de seu sigilo bancário e fiscal no período de 2010 e 2014. Ou seja, apenas os últimos quatro anos, período em que o senador já estava ‘vacinado’ e precavido contra esse tipo de investigação. As peripécias de Renan estão desnudas na década passada.
Vamos recordar...
No dia 04 de dezembro de 2007, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) renunciou ao cargo de presidente do Senado Federal. Antes porém, desde o dia 11 de outubro de 2007, em razão das sérias denúncias que pairavam contra si, Renan havia se licenciado do cargo.
Pesavam contra o astuto senador alagoano acusações de que ele teria adquirido veículos de comunicação em Alagoas por meio de "laranjas". Rádios, jornais, emissoras de TV, uma grande farra.
Renan também foi acusado de ter suas contas pessoais pagas com dinheiro de propina de lobistas.
Também vieram a tona, na época, acusações de que a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha, recebia pensão de R$ 16,5 mil do senador. Com o salário de R$ 12,7 mil, Renan Calheiros alegou que a despesa era paga com dinheiro de sua renda complementar, obtida por meio de negociações agropecuárias.
O senador apresentou notas fiscais para comprovar vendas de cabeças de gado e justificar seus rendimentos, negando qualquer tipo de envolvimento com lobistas.
No entanto, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou denúncia ao STF afirmando que as notas eram falsas.
Tudo isto parece ter sido esquecido...
Seis anos após tais fatos e acusações, Renan Calheiros novamente se elegeu presidente do Senado Federal.
O Brasil conhece a reputação de Renan.
Quebrar o sigilo do período compreendido entre 2010 e 2014 parece ser mera encenação.
Amanda Acosta
redacao@jornaldacidadeonline.com.br
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