A prova ideológica da USP e a reação do general Augusto Heleno
05/11/2019 às 04:55 Ler na área do assinanteA Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo-USP jamais deixou de ser um centro ideológico petista. Agregando em seu seio professores que até hoje têm como líder o ex-sindicalista e ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva, a instituição resolveu demonstrar sua ideologia política colocando numa prova perguntas que nada tinham a ver com a saúde.
O conteúdo da prova de seleção para um curso de especialização na área da saúde dizia que o petista é um preso político, e que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, foi um golpe.
A deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), indignada, questionou o exame em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo. A prova era destinada a escolher candidatos que fariam um curso de especialização em saúde pública, à distância.
O impeachment foi citado em pergunta com a seguinte formulação:
“A saída de Dilma Rousseff da Presidência da República se deu por meio de: a) desvios orçamentários; b) greves dos sindicatos; c) golpe institucional; d) denúncias de corrupção; e) exigência do Congresso Nacional”.
A alternativa apontada como correta era “golpe institucional”.
Outra indagação da prova dizia:
“Dentre as medidas recentes dos governos após o golpe de 2016, há uma que limita as ações públicas”, pedindo ao aluno que apontasse um tema que vem sendo pautado pela visão conservadora. A resposta correta à pergunta era: “aquele que está sendo considerado mundialmente um prisioneiro político”.
A deputada afirmou que vários alunos criticaram as perguntas, classificando-as como de caráter político-ideológico, e que os responsáveis deveriam responder por improbidade administrativa.
“Nós estamos falando de um processo seletivo para saúde pública em que nenhuma das perguntas diz respeito a saúde pública”, declarou.
“Todas as perguntas trazem como alternativa aguardada como correta uma linha ideológica. Não estou sequer criticando essa linha ideológica, estou dizendo que numa universidade pública não se pode impor e, pior, cobrar como critério de aprovação nenhuma linha ideológica.”
A deputada elencou ainda entre as questões que considerava de viés ideológico as que abordavam temas neofacistas como a obra feminista “O Segundo Sexo'", de Simone de Beauvoir, a vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio, a reforma da Previdência e quem foi um “importante líder político brasileiro, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro” (resposta: Luiz Carlos Prestes).
Segundo o diretor da faculdade, Oswaldo Tanaka, o objetivo das perguntas era verificar se os alunos estavam atualizados sobre temas de conhecimentos gerais, mas devido às críticas da deputada, a prova foi cancelada, pois, após avaliação, o resultado "não saiu bom", e que a “interpretação que foi colocada pela deputada gerou uma inquietude sobre a lisura, e achamos que não vale a pena manter a prova".
Desde a eleição de Bolsonaro que essa questão ideológica nas escolas e universidades brasileiras vem sendo negada por professores como o reitor da USP, Vahan Agopyan.
Mesmo assim, a maioria desses professores sempre preferiu a política ao ensino.
O viés socialista no ensino pátrio é um fato. Tanto o é que o diretor da faculdade resolveu anular a prova.
Para piorar, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, já avisou que nossas Forças Armadas não aceitarão o retorno do “socialismo da corrupção, da bandidagem e da incompetência”.
Luiz Holanda
Advogado e professor universitário