Policiais do Bope, por dinheiro, subserviência a traficantes
12/12/2015 às 13:23 Ler na área do assinanteO Batalhão de Operações Especiais (Bope) é a unidade considerada de elite da PM do Rio.
Infelizmente, mesmo gozando de tal 'status', nem todos os seus componentes honram a farda.
Mais grave ainda é constatar uma relação de subserviência de policias do Bope com traficantes, manchando lamentavelmente a reputação da corporação.
Três policiais lotados no Bope - juntamente com outros dois de outra unidade - tinham uma espécie de código de conduta para lidar com os traficantes.
De acordo com o Ministério Público, as regras de comportamento eram ditadas pelo comando do tráfico.
Os policiais tinham que dar satisfação aos traficantes. Recebiam propina em troca de informações, mas tinham que pedir desculpas quando, mesmo tendo avisado sobre as operações, os policiais conseguiam fazer apreensões ou prisões nas favelas.
A Operação Black Evil, deflagrada na manhã desta sexta-feira (11) pela Polícia Militar e pelo Ministério Público, cumpriu mandados de prisão preventiva contra PMs suspeitos de corrupção passiva. Os mandados foram expedidos contra os policiais Maicon Ricardo Alves da Costa, o Preto 1; André Silva de Oliveira, o Preto 2; Raphael Canthé dos Santos, o Preto 3, e Rodrigo Meleipe Vermelho Reis. O PM Silvestre André da Silva Felizardo, o Corintians, que também teve a prisão decretada, é ex-integrante do Bope e atualmente está lotado no 15º BPM (Duque de Caxias), na Baixada Fluminense.
A operação foi resultado de uma investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público; da Coordenadoria de Inteligência da PM e da Corregedoria Interna da corporação. Segundo a denúncia do MP à Justiça, entre os meses de agosto e dezembro deste ano eles receberam propina de traficantes de nove comunidades do Rio e da Baixada Fluminense em troca de informações sobre operações do Bope. Eles também negociavam com traficantes armas apreendidas em outras ações do batalhão.
Dos cinco suspeitos, o único que ainda não foi preso é Rodrigo Meleipe Vermelho Reis, que está de férias em Miami, nos Estados Unidos. Na casa do policial, agentes encontraram cerca de R$ 70 mil.
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