O dia em que o PSOL desistiu de saber quem mandou matar Marielle

31/10/2019 às 12:56 Ler na área do assinante

Há alguns meses eu escrevi uma matéria no Jornal da Cidade Online que previa o que iria acontecer, como era de se esperar, tudo o que é novo e ainda não existe de fato, causa polêmica. Como estrategista é normal exercitar a capacidade de prever fatos, mas como jornalista isso me causa boas dores de cabeça...

A matéria virou pauta para outras matérias pelo Brasil afora; numa delas dizia que foi o artigo mais visualizado da semana em TODOS os portais, incluindo os gigantes como UOL e G1 - consegui vencer os gigantes por 1 dia!!

Outra matéria acabava comigo, e foi publicada por uma agência de verificação que, obviamente, rotulou o artigo de FAKE NEWS!

Todos os milhões de compartilhamento (sim, chegou na casa dos milhões) tiveram um aviso logo abaixo, dizendo que aquilo que estava escrito ali, era MENTIRA!

Como não ando só nessas vielas do poder, o departamento jurídico do jornal entrou no caso e se resolverá tudo diante de um juiz.

Sabe o que foi que eu falei na matéria?

Que as pessoas do partido da Marielle Franco, não queriam mais saber quem encomendou o assassinato da vereadora, porque as investigações estavam levando para outro lado e não para a família do presidente.

Falei que os assassinos tinham acabado de ser presos e que àquela era a hora de cobrarmos o nome do mandante, afinal, se fosse mesmo Jair Bolsonaro, esse seria um ótimo motivo para pedido de impeachment que seria apoiado inclusive por eleitores de Jair, decepcionados ao perceberem que elegeram um ‘assassino’, mas estranhamente, o PSOL parou de questionar todos os dias na tribuna, na TV ou onde fosse!

Eles simplesmente pararam de questionar quem era o mandante, mas continuavam fazendo do caixão de Marielle um palco para comícios que edificavam o nome de Freixo, mas a insistência e a urgência pelo nome atrás dos assassinos havia sumido da pauta.

Meu artigo causou incômodo porque eles sabiam que era real e que eu dei voz para a percepção popular, de milhões de brasileiros que já entenderam que só interessa falar no mandante do crime se este for do clã Bolsonaro, caso contrário eles se satisfazem apenas com a prisão do vizinho de condomínio do presidente e quem mandou matar perde completamente o valor.

Nunca foi pela verdade, sempre foi política...

Ah! E podem rotular esse artigo também, ninguém acredita em vocês mesmo!

Raquel Brugnera

Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.

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