A imprensalha e desafetos em geral do presidente da República, sem ter muito o que fazer, ao invés de criar narrativas tendenciosas sobre os filhos de Bolsonaro, poderiam muito bem dedicar seu tempo a estudar a história recente do país.
Descobririam, assim , a quantidade enorme de filhotes, primos ou parentes de políticos enfiados em Brasília desde tempos imemoriais.
A prática (questionável ou não, dependendo dos olhos do observador) acontece nestas terras desde que o primeiro portuga desceu da caravela e tascou um filho numa indiazinha apaixonada.
O filhote virou nobre, ganhou capitania, que por isso mesmo acabou sendo chamada de capitania hereditária.
De pai pra filho e pra neto, etc.
Em 2014, antes do evento Bolsonaro, portanto, 16% dos deputados federais eleitos eram parentes de políticos.
87 de 513.
Famílias de políticos superpoderosas são comuns no Brasil, embora a imprensalha se dedique a meter o pau apenas na de Jair Bolsonaro.
Se esquecem do Zé Sarney, por exemplo, sua filha Roseana Sarney e Sarney Filho.
Ou de Tancredo Neves, que infelizmente legou ao país um traste político, seu neto Aécio Neves.
Miguel Arraes também está na lista, sua filha Ana Arraes foi deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União.
O neto de Arraes, Eduardo Campos, exerceu vários mandatos como deputado e acabou desaparecendo num misterioso acidente de avião quando candidato.
O irmão de Eduardo, Antonio, concorreu à Prefeitura de Olinda em 2016.
E o que dizer de Fernando Collor, neto de Lindolfo Collor, primeiro ministro do Trabalho do país e filho de Arnon de Mello, deputado, senador e governador de Alagoas - aquele mesmo que meteu uma bala de 38 num desafeto em pleno Senado Federal?
Ou de Renan Calheiros, que tem três irmãos na política: Olavo, Remi e Renildo, além do próprio filho, Renan Calheiros Filho, que foi prefeito e governador de Alagoas, grantindo a descendência de um dos maiores ratos da história tupiniquim?
Ou Antonio Carlos Magalhães, da Bahia, filho do deputado Francisco Peixoto de Magalhães Neto (três vezes deputado federal) irmão de Angelo Magalhães, deputado duas vezes?
ACM, uma praga, enfiou também dois filhos na política, Luiz Eduardo e Antonio Carlos Junior, senador que não deixou por menos: enfiou também o filho, ACM Neto -que é o atual prefeito de Salvador- na confraria.
Tem também os brothers Gomes, do Ceará.
Ciro Gomes, Cid Gomes e Ivo Gomes fazem a festança por lá.
A lista é longa, interminável…
Existem os Garotinho no Rio, os Bornhausen em Santa Catarina…
Não que a prática seja elogiável, na maior parte das vezes só gerou mais incompetentes e corruptos pendurados na política.
Mas a dedicação à crítica feroz que vemos em esquerdistas e imprensalha contra Bolsonaro e seus filhos, como se ele próprio fosse o inventor de filhos na política é cômica.
Melhor fariam esses ‘críticos’ se estudassem história ou reconhecessem, num arroubo de inteligência, que os filhos de Bolsonaro foram eleitos pelo povo, e não por ele.
Estão onde estão por mérito, seja como for.
No mundo infestado de ratos - peppas, dorias e frotas - de Brasília, Bolsonaro se cerca por aqueles em que confia.
Estranhamente, os que consideram isso ‘um crime’ são os mesmos que idolatram um homenzinho corrupto preso em Curitiba que transformou um catador de cocô de zoológico -seu filho- em milionário pago com propinas.
Para os bons, resta a reflexão:
Vamos esquecer das picuinhas em torno dos filhos de Bolsonaro e pensar no Brasil
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.