Lealdade, um valor esquecido? Nem tudo são joices, bivares e waldires...
21/10/2019 às 09:36 Ler na área do assinanteNos políticos brasileiros, é especialmente notável o ‘pragmatismo’, um eufemismo para traições, vira casacas e oportunismo barato.
O tal pragmatismo explica também a falta de coerência e ausência de ética que marca a politicalha especializada em passar por cima de todo e qualquer conceito de lealdade para conseguir o que quer.
Essa elasticidade sacana se manifesta quase sempre nos momentos em que, atraídos pelo pote de ouro que surge repentinamente a sua frente, os gajos esquecem todos os compromissos assumidos.
É o caso recente do barraco no PSL, que vislumbra no horizonte a possibilidade de meter a mão em 500 milhões de reais para fazer a farra do fundo partidário e aumentar seu poder.
O que, na roda suja da política, lhe garantirá mais 500 em 2022, e assim por diante.
Registrar a suja conduta de figuras como a deputada ególatra louca por cliques, eleita na cola de Bolsonaro por quem não manifesta um mínimo de lealdade, ou do desbocado deputado de Goiás que num momento de insanidade chama o presidente de vagabundo é preciso.
Ou do presidente do partido, Luciano Bívar, que agora se transforma, convenientemente, em inimigo de Bolsonaro que quer cortar suas asinhas e impedir que meta a mão - um perigo - nessa grana toda.
Bivar, que não é um sujeito nada confiável, tem em seu curriculum algumas façanhas como a de ter confessado o suborno de membros da Confederação Brasileira de Futebol para que o técnico Leão contratasse um jogador.
Folclore, neste país.
Além de investigado pela PF pela candidatura de laranjas, Bivar é considerado um tiranete arrogante que não dá satisfação de suas peripécias a ninguém.
Mas nem tudo são joices, bivares e waldires, felizmente.Existem os poucos que ainda mantém coerência e lealdade a seus princípios e compromissos.
Nesse caso, vale dar a importância devida à parlamentares como Carla Zambelli, Alê Silva, Felipe Barros, Carlos Jordy e Bibo Nunes, punidos pelo PSL por se manterem leais a Bolsonaro.
Por manterem a coerência.
Lembro ainda de quando organizamos uma visita de nossos grupos de motociclistas à Bolsonaro, hospitalizado em função do atentado.
Lá estava Carla Zambelli tentando organizar tudo e dando apoio ao presidente.
Como sempre esteve.
Bom saber que continua coerente com sua luta, e leal a seus princípios.
Neste novo momento do país, há que se valorizar essas pessoas.
O resto é apenas o resto.
E, ao contrário do que imaginam, o pragmatismo sujo já não é um grande negócio.
Tem seu preço, e será cobrado.
Hasselman, por exemplo, a obcecada por cliques e seguidores, acaba de perder 200 mil deles por aí, nas redes sociais.
E vai perder mais.
Já dizia minha sábia avó, em outros tempos, que não é lá muito inteligente cuspir no prato em que se comeu.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.