
Os "moderados" que aceitariam até a soltura de Lúcifer para derrotar um conservador
18/10/2019 às 11:48 Ler na área do assinante
Falavam em 190 mil presos que poderiam ser soltos pela mudança de entendimento quanto à prisão em segunda instância pelo STF, depois 169 mil e agora 4895. Ainda que sejam "apenas" 4895, segundo o indefectível Reinaldo Azevedo, não há motivo para pânico, porque o juiz, caso a caso, pode decidir pela prisão preventiva, caso presentes os requisitos legais (para Gilmar Mendes, nunca estão presentes).
Alexandre de Moraes também nos tranquiliza a todos: nenhum estuprador, se preso em flagrante, irá para a rua (e quantos estupradores são presos em flagrante?).
Na verdade, nada disso importa: Gilmar Mendes, Reinaldo Azevedo e Demétrio Magnoli, para citar exemplos do establishment, da grande imprensa e da academia, eram todos amplamente favoráveis ao que hoje são diametralmente contrários, e os 3 (assim como tantos outros), que já gritaram pela condenação de Lula, agora clamam por sua liberdade.
Os 3 são tucanos, extremo-centristas, que preferem entregar o poder a alguém que sabem ser corrupto, populista e demagogo, do que a tolerar um representante conservador no poder.
190 mil, 169 mil ou 4895, nada disso importa, porque os "moderados" brasileiros aceitariam até a soltura de Lúcifer se isso significasse a derrota de qualquer visão de mundo minimamente conservadora.
Rafael Rosset
Advogado