Dom Orlando Brandes, ao fazer seu sermão diante de mais de 40 mil pessoas, em Aparecida do Norte, acabou novamente misturando religiosidade com ideologia barata.
Dom Orlando chamou a direita de ‘violenta e injusta’, criticou a corrupção e cometeu outros esquerdismos.
Tique nervoso recorrente dos dirigentes católicos alienados, que desconfio não representarem mais - nem de longe - os verdadeiros católicos.
No mesmo discurso, em que atabalhoadamente acusa a direita e a mistura com a corrupção - que é a marca incontestável da esquerda - ele ainda defende a ‘preservação da natureza (alusão óbvia, simplória e crítica ao caso da Amazônia, que a esquerda explora, inventa fake e adora), e ainda pede para que ‘as crianças não morram mais de bala perdida (outra alusão óbvia ao caso Ágatha no Rio, que acusa a polícia e por tabela o governo Bolsonaro).
Representante dos dirigentes dessa igreja que, seguindo seu líder, passa a mão na cabeça de tiranetes assassinos como Maduro, não poderia ter discurso diferente.
Ao acusar a direita de violenta, o homem do sermão ignora covardemente que o atual presidente sofreu, pelas mãos de seus amigos comunistas, uma enorme violência: foi esfaqueado em praça pública e quase perdeu a vida.
E que não se ouviu um pio sequer nem dele e muito menos de seu papa, Francisco, que se calaram convenientemente.
Esquece também da violência sofrida pelas crianças violentadas frequentemente pelos padres católicos, fato sempre abafado e ‘esquecido’.
E da corrupção no Vaticano exercida pelos cardeais, especialmente na disputa pelo poder dentro de uma organização milionária e recheada de ‘políticos da fé’.
Ou da posição reacionária da igreja católica em relação ao aborto e ao uso de anticoncepcionais.
Essa igreja de dirigentes atrasados, não à toa, perde terreno para os evangélicos cada vez mais.
Inclusive na Amazônia, onde tem atuação pífia como organização.
Evidentemente, existem esforços isolados - e elogiáveis - de padres católicos, nada a ver com a organização em si.
Entretanto, Bolsonaro foi à Aparecida às quatro da tarde. Foi ovacionado pelo povo como sempre, e como sempre a imprensalha, em chamadas combinadas, afirmou que houve ‘aplausos e vaias’.
Quem assiste ao vídeo percebe claramente a real: duas vaias dos câmeras da globo e milhares do povaréu de verdade.
Dom Orlando fez outro discurso, agora ao lado de Bolsonaro.
Não atacou como antes a direita, que havia acabado de chamar de ‘dragão do tradicionalismo’.
Desta vez, firme como uma rocha em suas convicções, atenuou suas falas sobre a direita.
Educação, falta de fé em suas próprias palavras ou simplesmente aquele esquerdismo enrustido que conhecemos tão bem?
A cúpula da igreja católica vai mal.
Como seria diferente, com essa atitude alienada e covarde, que preserva uma organização milionária e que na verdade faz muito pouco pelos infortunados, pobres e esquecidos?
A citação infeliz a respeito dos tais dragões foi um tiro no pé do ilustre arcebispo.
Porque são eles os verdadeiros dragões.
Os dragões da fé.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.