A esquerda, o TCU e os seus abomináveis tentáculos

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O Tribunal de Contas da União (TCU) sacramentou e decidiu: o Governo não pode usar dinheiro público para fazer propaganda de um projeto de lei que visa ao endurecimento da lei penal, porque:

(i) ainda é só um projeto (?)
(ii) gera sensação de insegurança na população (?).

Como é bom que o TCU tenha esse esmero quase catoniano (para quem não sabe: o adjetivo vem de Catão, um político contemporâneo a Júlio Cesar, que se tornou célebre pela sua austeridade, incorruptibilidade, e rigor moral, no que se refere à “res publica” romana), e que ele mostra tanta preocupação com a malversação dos recursos públicos em uma inútil campanha publicitária governamental como essa (aviso que estou sendo irônico, antes que alguém venha me defenestrar).

Então, pela lógica da distopia brasileira, onde a Esquerda ainda aparelha as instituições, se o TCU proibiu a veiculação dos referidos comerciais é como se eles não existissem mais.

A partir de agora, todas essas pessoas que estão postando-os na rede [os comerciais], de acordo com a “novilingua brasileira antifascista” estarão incorrendo na prática de publicação de notícias falsas.

Se bobear, as “tias do Zap”, do Twitter, vão acabar parando lá na CPMI das “fake news” por causa das publicações dos comerciais da campanha, que estão viralizando (ou melhor: que já viralizaram).

Quem quer apostar? É que na cabeça doentia das pessoas que arquitetam um tipo de engenharia social dessa, de criar fundamento para proibir algo dessa natureza (veiculação de comercial, por parte do Governo), apenas por ideologia cega e para atrapalhar as coisas, todos os detalhes contam. Como diz o frase: “o Diabo mora nos detalhes”.

Eis no seguinte tutorial como funciona a coisa:

•Acusa-se Jair Bolsonaro de “fake news” na campanha;
•Abre-se uma CPMI para apurar as tais “fake news”;
•Consegue-se a retirada do ar de propaganda governamental, que passa a ter a veiculação proibida;
•Quem postar nas redes sociais os comerciais da propaganda governamental, que por já terem ido para a internet já viraram de domínio público, estará praticando “fake news” em favor do governo;
•A CPMI, após investigar esse fato de publicação de “fake news” já no curso do Governo pela militância, e não mais na campanha eleitoral, consegue combustível para tentar enfraquecer o Presidente Jair Bolsonaro, e assim seguem as coisas, até 2022

Acham impossível isso? Acham inviável usar a esdrúxula decisão do TCU para acusar o Governo de produzir "fake news"? Pois podem acreditar que é assim que funciona a cabeça esquerdista.

O importante não são os fatos, mas sim a narrativa.
O importante não é a causa, mas o efeito.
O importante não é o significado das palavras, mas sim o que elas podem significar de acordo com outros contextos.

Para quem ainda não compreendeu, imagine que a Esquerda é um polvo, o molusco marinho. O TCU, esse órgão que até então não tinha assumido qualquer protagonismo em nada, é um dos tentáculos do polvo. Os outros todos agem em conjunto, sempre que o polvo se movimenta: mídia, STF, movimentos sindicais, parte do Ministério Público Federal, etc.

Está tudo interligado. Está tudo tomado. Não é em 9 meses que se muda isso. Mas estamos avançando. Vamos cortar os tentáculos do polvo, podem acreditar.

Foto de Guillermo Federico Piacesi Ramos

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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