Finalmente o confronto aconteceu no País. Essa briga entre a presidente da República, Dilma Rousseff e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, precisava ter um fim, pois o Brasil está à deriva, sem rumo e sem comando. Na verdade este governo acabou; e não se recupera mais, mesmo que a presidente Dilma escape do impeachment.
Quanto ao impeachment, a presidente Dilma poderá se livrar dele, sim, mas não lhe será fácil. O crime que se imputa no pedido de impedimento da presidente Dilma terá que ser investigado e julgado pela Câmara dos Deputados, mas fiquem atentos que a avaliação dos deputados não se fixará somente no crime constante do processo. Os deputados irão considerar também outros elementos agravantes.
Com o impeachment do ex-presidente Fernando Collor foi assim e lembro bem, pois participei dele. Collor foi cassado por conta de um crime com uma caminhonete Elba que valeria hoje, se muito, uns 30 mil reais. Mas poucas vezes se discutiu esse fato entre os deputados, ou melhor, o valor do prejuízo. Então, não dê tanta importância ao fato em que ela será acusada porque se o valor importasse aos deputados Dilma estaria sendo acusada pelo prejuízo na compra da refinaria de Pasadena em 2006 quando era presidente do Conselho da Petrobras. Nisso o prejuízo da Petrobras foi de 40 mil Elbas.
O que se levou em consideração para cassar o presidente Collor foi seu comportamento pessoal e principalmente sua falta de capacidade para controlar a inflação.
Hoje se comparado o final do governo de Fernando Collor com o atual momento do governo de Dilma Rousseff posso afirmar que este está muito pior. Sua incompetência é visível demais. Este seu (des)governo ainda está sobrevivendo porque não tem um PT lhe fazendo oposição como teve o Fernando Collor.
Talvez você esteja incomodado com todos os escândalos do mensalão; e mais ainda agora com a roubalheira no Petrolão. A presidente Dilma e seu partido “fizeram o diabo” para se manterem no Poder. O lulopetismo quis copiar o que Fidel Castro fez em Cuba a mais de 50 anos atrás. Ganhar o Poder, se instalar nele e usar todos os recursos do país – inclusive sem ter escrúpulos para fuzilar no “paredon” seus adversários – com o fim de se eternizar no Poder. Simples assim.
Mas os tempos são outros; o Brasil não é uma pequena ilha, nem é uma pequena Venezuela, onde um fanfarrão, Hugo Chaves, se atreveu copiar Fidel Castro e por algum tempo se deu bem. O Brasil tem uma das maiores economias do mundo e metade da população de um continente, a América do Sul.
Assim como você também andava incomodado com esses escândalos e essa roubalheira toda – hoje tudo comprovado graças à operação Lava Jato. Nesta semana fiquei boquiaberto ao ver um vídeo onde o senador Álvaro Dias denuncia uma roubalheira monstruosa na loteria Mega Sena. Desvios milionários comprovados sendo praticados desde 2004, onde um cidadão ganhou sozinho 525 vezes na Mega Sena; outro ganhou também sozinho mais de 300 vezes e um terceiro ganhou 206 vezes. Um sujeito cobrou 107 prêmios de loterias no mesmo dia. Essa informação atingiu-me na cara!
Imagine você como me senti ao saber disso. Quanta ingenuidade durante estes últimos 25 anos em que assino um jogo fixo da Mega Sena – meu Deus! Seria por conta disso que nunca acertei sequer quatro números? Não sei, não.
Posso não saber disso, mas sei que este governo acabou e não se recupera mais, mesmo que sobreviva ao impeachment.
Waldir Guerra
Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal. (wguerra@terra.com.br)
Waldir Guerra
Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, secretário do Estado e deputado federal. E-mail: wguerra@terra.com.br